Abstract
A inserção da equipe de saúde bucal (ESB) na atenção primária em saúde (APS) proporcionou a qualificação da assistência ao usuário. O Brasil é o quarto pais do mundo em prevalência de diabéticos, e cabe à ESB abordar integralmente as doenças bucais nestes pacientes. Através do relato de dentistas do programa de residência multiprofissional em saúde da família (PRMSF) da secretaria municipal de saúde de Cascavel-PR (SESAU), esta pesquisa visa avaliar a assistência odontológica a pacientes diabéticos na APS, propondo melhorias viabilizando seu cuidado longitudinal. A atenção odontológica a pacientes diabéticos tem sido aquém do recomendado pelas linhas de cuidado, esbarrando na fragmentação de trabalho e desconhecimento de rotinas por parte da equipe. A educação permanente para membros da APS deve ser fomentada, aproximando instituições de ensino junto às secretarias de saúde, servindo de capacitação para profissionais da APS. Sugere-se realização de mais estudos evidenciando dentro de linhas de cuidado a assistência odontológica, promovendo maior acompanhamento pela ESB e equipe de APS, afim de diminuir agravos causados pela diabetes e doenças bucais.
Highlights
Considerando-se que a atenção primária à saúde (APS) constitui a porta de entrada na rede de atenção a saúde (RAS) compete a ela desenvolver periodicamente ações resolutivas frente aos problemas de saúde que determinada população apresenta, ao mesmo tempo que se articula com demais níveis de complexidade, desempenhando papel de ordenadora dos serviços (STARFIELD, 2002; FILHO et al, 2014)
As residências multiprofissionais têm se apresentado uma potente ferramenta de educação permanente para profissionais que desejam atuar na APS, fornecendo ao longo de 2 anos subsídios teórico e prático necessários para mudança de concepção que os serviços necessitam (COSTA e AZEVEDO, 2016)
Constata-se em rotinas que equipes de em Saúde da Família (ESF) vinculadas ao PRMSF ainda não reconhecem de modo integral riscos das doenças periodontais e sua relação com diabetes, dificultando a adesão do paciente ao tratamento de maneira contínua, pois, o processo de educação em saúde acaba limitado ao dentista
Summary
Considerando-se que a atenção primária à saúde (APS) constitui a porta de entrada na rede de atenção a saúde (RAS) compete a ela desenvolver periodicamente ações resolutivas frente aos problemas de saúde que determinada população apresenta, ao mesmo tempo que se articula com demais níveis de complexidade, desempenhando papel de ordenadora dos serviços (STARFIELD, 2002; FILHO et al, 2014). A inserção da ESB contribui para qualificação da integralidade de assistência, promovendo atendimento de agravos com alta prevalência no Brasil dentro das unidades de saúde como: cárie dentária e as doenças periodontais (MANASERO e BAVARESCO, 2016). Apesar de vários fatores como tabagismo, estresse, comorbidades (Diabetes, Cardiopatias), trauma oclusal e gestação atuarem sobre doenças bucais, está consolidado que o agente etiológico das doenças periodontais e da cárie dentária é a placa bacteriana (LINDHE, 1999). Pacientes Diabéticos na APS Apesar do esclarecimento biológico sobre doenças periodontais, cárie e diabetes e a relação das 3 entre si, ainda há dificuldade de profissionais em saúde bucal atuarem na assistência a pacientes diabéticos na APS continuamente (SILVA et al, 2010), evitando encaminhamentos para periodontistas e endodontistas, como consequência de agravamentos causados pelas doenças bucais (SILVA, et al, 2010; NASSAR, et al, 2010). Este relato de experiência apresenta vivências profissionais dos dentistas do PRMSF da SESAU, no tangível à assistência odontológica à pacientes diabéticos dentro da APS, bem como propor melhorias viabilizando o cuidado longitudinal a esses usuários
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