Abstract
Tendo como ponto de partida uma amostra de pequenas e médias empresas portuguesas clientes de crédito de uma dada agência bancária, examina-se empiricamente o papel do relacionamento bancário e da situação económico-financeira na determinação das condições de financiamento obtidas pelas mesmas. Tendo por base uma análise de regressão múltipla, verificou-se que, para no modelo explicativo do nível de prémio de risco as únicas variáveis que revelaram importância para a explicação do mesmo foram a reputação, o montante de crédito concedido e a liquidez geral do cliente. Relativamente ao modelo explicativo do montante de crédito concedido, a variável duração tem um impacto significativo, indicando que os relacionamentos são valiosos. Em ambos os modelos, as variáveis que demonstraram ter um maior impacto no montante de crédito disponibilizado foram variáveis relacionadas com a performance económico-financeira das empresas da amostra.
Highlights
Este estudo tem por base uma amostra de pequenas e medias empresas (PME) detentoras de uma conta corrente numa instituicao bancaria nacional e visa identificar e caracterizar os principais indicadores reveladores do relacionamento bancario das empresas da amostra, nomeadamente: a reputacao das empresas, a duracao do relacionamento bancario entre PME e banco financiador e ainda a concentracao de responsabilidades detidas junto desse banco; o estudo visa ainda determinar a importancia do relacionamento bancario quer no custo do capital financiado, bem como ainda no limite de credito disponibilizado pelo banco a estas PME
Varios estudos salientam as enormes dificuldades que as PME enfrentam para obterem credito bancario; La Torre et al (2010) destacam, a esse proposito, um conjunto de fatores explicativos: primeiramente o financiamento as PME edifıcil porque estas sao “opacas”, ou seja torna-se difıcil saber se as empresas tem capacidade de pagar ou se estas tem vontade de pagar; em segundo lugar, relativamente as grandes empresas, as PME sao mais suscetıveis de serem informais, especialmente nos paıses em desenvolvimento, ou seja nao apresentam documentos contabilısticos fiaveis sobre a atividade da empresa, peculiarmente o nao registo de determinados passivos tais como dıvidas ao Estado e aos seus empregados
Tais passivos ocultos conduzem ao aumento da opacidade informacional e consequentemente do risco de concessao de emprestimos a este tipo de empresas, levando muitas vezes aatribuicao de taxas de juro mais elevadas e ao racionamento do credito; por ultimo, os mercados de capitais normalmente nao sao uma fonte de financiamento direta para as PME, dado que estas empresas sao incapazes de emitir dıvida ou capital em quantidades suficientemente grandes para atrair investidores
Summary
Este estudo tem por base uma amostra de pequenas e medias empresas (PME) detentoras de uma conta corrente numa instituicao bancaria nacional e visa identificar e caracterizar os principais indicadores reveladores do relacionamento bancario das empresas da amostra, nomeadamente: a reputacao das empresas, a duracao do relacionamento bancario entre PME e banco financiador e ainda a concentracao de responsabilidades detidas junto desse banco; o estudo visa ainda determinar a importancia do relacionamento bancario quer no custo do capital financiado (atraves do premio de risco atribuıdo a cada uma das contas correntes), bem como ainda no limite de credito disponibilizado pelo banco a estas PME. Desta forma espera-se contribuir para o estudo sobre as principais vantagens do relacionamento bancario sobre as condicoes do credito obtido, identificar possıveis desvantagens do relacionamento bancario associadas aexistencia de um monopolio informacional por parte do banco financiador e que poderao traduzir-se em premios de risco mais elevados, dado que a informacao que o banco vai adquirindo ao longo do relacionamento com as PME nao efacilmente transferıvel para um banco concorrente, ficando desta forma as empresas “capturadas”. Tais passivos ocultos conduzem ao aumento da opacidade informacional e consequentemente do risco de concessao de emprestimos a este tipo de empresas, levando muitas vezes aatribuicao de taxas de juro mais elevadas e ao racionamento do credito; por ultimo, os mercados de capitais normalmente nao sao uma fonte de financiamento direta para as PME, dado que estas empresas sao incapazes de emitir dıvida ou capital em quantidades suficientemente grandes para atrair investidores. Serao apresentadas as principais conclusoes emergentes deste estudo
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