Abstract

A inovação é um desafio buscado por todas as sociedades economicamente desenvolvidas. Sistemas nacionais articulam recursos públicos e privados no sentido de tornar a sociedade mais inovadora, capaz de conceber e difundir processos, produtos e serviços com graus crescentes de diferenciação em relação aos existentes. A busca pela inovação e a criação de vantagem competitiva tornam-se ainda maiores no ambiente empresarial, locus microeconômico onde a inovação pode ser aferida pelos esforços e resultados alcançados. Da mesma forma, é crescente o número de empresas que busca abrir-se para o mercado de capitais com o objetivo de acumular recursos a fim de suportar seus planos estratégicos de crescimento. Na última década, 245 empresas abriram seu capital no Brasil, mas apenas 40% delas foram para a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) negociar suas ações. Ao fazer seu IPO (Initial Public Offering), a empresa tem de expor ao mercado de capitais sua real situação em diversas áreas regulamentadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Ela produz uma extensa documentação, na forma de um robusto prospecto, que é disponibilizada para todo potencial investidor. O prospecto é conhecido no mercado de capitais como a fonte maior de informações sobre a empresa que faz seu IPO. É uma peça jurídica, mas, ao mesmo tempo, uma peça em que se encontram, com destaque, todos os atributos e diferenciais que a empresa intenciona ver avaliados pelo mercado. Assim, por meio de fontes secundárias, todas fundamentadas nos prospectos dos IPOs realizados, foi empreendida uma pesquisa para reconhecer o grau de inovação que cada empresa possuía na época de seu IPO e, ao mesmo tempo, para medir o desempenho do valor das ações que o respectivo IPO obteve. Em seguida, foi realizado um conjunto de entrevistas qualitativas estruturadas com o objetivo de avaliar os resultados da pesquisa quantitativa. A análise quantitativa dos dados coletados não revelou significância entre a variável inovação e o desempenho que as ações obtiveram ao serem lançadas na bolsa. Essa mesma conclusão foi ratificada nas entrevistas realizadas com os agentes econômicos que operaram a maior parte dos IPOs realizados no Brasil. Assim, a despeito da importância do tema inovação para o desenvolvimento qualitativo de uma economia (e, em especial, para uma das maiores economias do mundo), os resultados apontam para a inexistência de correlação entre inovação e desempenho do IPO. Eles ainda oferecem possíveis abordagens que podem ampliar o estudo sobre o tema (incluindo outras variáveis, julgadas de maior relevância e que influenciam no desempenho do IPO), trazendo maior precisão às interpretações e conclusões aqui apresentadas.

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