Abstract

A escrita pode ser um instrumento para comunicar ou para aprender. Cada vez mais a investigação enfatiza a função epistémica da escrita. Neste estudo avalia-se a eficácia de um programa de intervenção em escrita para aprender os conteúdos de Estudo do Meio: analisam-se a construção de conhecimentos em conteúdos de Estudo do Meio e as habilidades desenvolvidas em escrita. Trata-se de uma pesquisa quase-experimental com grupo de controlo (GC) e grupo experimental (GE), realizada no 4º ano de escolaridade num agrupamento TEIP (Território Educativo de Intervenção Prioritária) na área da grande Lisboa. Optou-se por uma abordagem de trabalho de projeto no GE, com foco na escrita de textos expositivos. Os resultados mostram que a intervenção foi uma mais-valia em termos de aprendizagem, existindo diferenças significativas entre os alunos do GE e dos GC. As crianças do GE, ao mesmo tempo que aprenderam os conteúdos de Estudo do Meio, desenvolveram competências de escrita – conhecimentos de texto e consciência metatextual-, mas também de trabalho colaborativo. A análise dos resultados apoia a ideia de que escrever para aprender tem efeitos positivos sobre os conteúdos disciplinares, sobre a qualidade de escrita, o saber descrever e explicar e a ortografia. Os resultados têm implicações para as práticas de sala de aula dado que o trabalho realizado mostrou promover competências de literacia, construção de conhecimento e, ainda, favorecer uma maior autonomia, motivação e responsabilidade dos alunos.

Highlights

  • Writing can be a tool for communicating or for learning

  • Para o estudo comparativo entre o pré e o pós-teste de escrita, foi elaborada uma grelha com os seguintes indicadores: (i) configuração do texto, (ii) conhecimento ortográfico, (iii) descrição e explicação e (iv) qualidade textual

  • A análise dos erros ortográficos como instrumento para compreender o desenvolvimento e apoiar o ensino da escrita

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Summary

Escrita de textos expositivos e construção de conhecimento

Os textos expositivos são uma ferramenta essencial para a aprendizagem, quer na escola, quer em outros contextos, pois permitem aceder à informação e construir conhecimento. A sua escrita é encarada como positiva na construção de conhecimento (Carvalho & Barbeiro, 2013), mas mobiliza estratégias muito sofisticadas (Klein, 2000), questionando-se se será uma atividade adequada para crianças do 1.o Ciclo do Ensino Básico (doravante 1.o CEB), isto é, sujeitos com estratégias de escrita ainda incipientes (Bereiter & Scardamalia, 1987). Entendida como uma comunidade que define práticas de escrita (géneros, tempos, finalidades, regras de participação), a sala de aula também fornece modelos e demonstrações (Tomasello, Kruger, & Ratner, 1993) das diferentes funções e modos de escrita que dão forma aos processos de escrita da criança (Chapman, 2006). É de considerar também o número de relações retóricas (Asher & Lascarides, 2003), os conectores (Meyer, Wijekumar, & Lei, 2018) e a configuração global da mancha gráfica (Ferreiro, 1996; Sepúlveda & Teberosky, 2014)

Trabalho de projeto
Metodologia de investigação
Discussão dos resultados
Findings
Considerações finais
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