Abstract

Este artigo apresenta resultados de uma pesquisa desenvolvida pelo Núcleo de Pesquisa SP Inovações sobre formação docente e tem como foco o modelo híbrido, ou seja, que conjuga formato presencial e ambiente virtual de aprendizagem. A discussão proposta é resultante de uma pesquisa qualitativa, apoiada em um estudo de caso (Alves-Mazzotti, 2006; Yin, 2005). Os dados foram alcançados por meio de questionários e entrevistas semiestruturadas com coordenadoras/professoras participantes do curso “Projeto Político-Pedagógico da Educação Infantil” de uma rede municipal na região metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais. O estudo tem como objetivo compreender os processos de formação com destaque para algumas questões, como: Em que sentido o modelo híbrido de formação ofertado impacta a prática profissional dessas cursistas? Que olhar essas cursistas têm sobre o percurso de formação vivenciado no modelo híbrido? Qual a relevância dos encontros presenciais e das atividades da plataforma para a formação dessas cursistas? Quais os desafios as docentes enfrentaram ao lidar com a plataforma? As análises apresentadas se ancoram nos trabalhos sobre análise de conteúdo (Bardin, 2007). Consideram-se também as contribuições da análise do discurso (Bakhtin, 2003; Bakhtin; Volochínov, 2004), os processos de formação do professor (Gatti, 2017; Gatti et al., 2019; Nóvoa, 1992, 1995, 1998), aliados aos estudos sobre Educação a Distância (Arruda, 2020a; 2020b; Fialho; Cid; Coppi, 2023), bem como na investigação sobre o uso de tecnologias e plataforma e sobre modelos híbridos (Machado et al., 2021; Mill; Silva; Brito, 2012; Oliveira, 2012; Pesce, 2012). A pesquisa revela que existe uma tensão entre o presencial e o ambiente virtual de aprendizagem. A análise dos dados sinaliza para a importância de se oferecer um suporte que garanta maior acessibilidade e habilidades de uso da plataforma pelas cursistas. A plataforma é considerada complexa e desafiadora em meio aos recursos que precisam ser acionados. Os encontros presenciais foram destacados positivamente pelas docentes, sendo ressaltada a importância da troca e da interação. Há que se pensar em políticas e propostas de formação em que essa tensão possa ser minimizada, considerando-se as experiências dos docentes, o acesso e o uso de tecnologias e a familiaridade ou não com atividades e recursos disponíveis em ambientes virtuais de aprendizagem.

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