Abstract

No artigo Prefácio à transgressão, revivemos dois cenários que encontram seu ponto de inflexão na Crítica da Razão Pura, especificamente, no gesto contestatório de determinação de limites realizado nesta Crítica. Em um dos cenários, que mais tarde seria detalhado em As palavras e as coisas, e já bastante visitado por seus leitores, Foucault problematiza os desdobramentos deste gesto, transgressão que inaugura a épistémè moderna: o Homem e sua finitude. No outro cenário, objeto deste artigo, Foucault analisa como este gesto poderia ser delineado: como poderia ser possível uma transgressão desta finitude. Nosso principal objetivo é problematizar a linguagem desta transgressão e propor um caminho à finitude transgredida.

Highlights

  • Se a negação da oposição real pode ser uma ferramenta de determinação do limite numênico, então o nihil privativum representa, em contraposição ao nihil negativum, uma saída para pensarmos o gesto que procurávamos, característico da transgressão, de confrontação do limite sem o indesejado avanço sobre o ilimitado

  • Devemos aqui encontrar Sade, que interpõe, entre o sujeito clássico e a verdade, um desejo diante do qual tal sujeito já não mais é absoluto porque ele próprio se fragmenta nos labirintos de uma linguagem que o conduz aos limites de sua sexualidade, campo das experiências nas quais esta linguagem é transgredida, para além do sujeito, e para além da carne6

  • Sade é o representante desta transgressão em que um limite é atravessado, e o ilimitado colonizado, apenas para fazer surgir um novo limite: a finitude do homem, ou, no caso do Marquês, sua verdade recôndita no desejo

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Summary

Universidade Estadual de Feira de Santana

Resumo: No artigo Prefácio à transgressão, revivemos dois cenários que encontram seu ponto de inflexão na Crítica da Razão Pura, especificamente, no gesto contestatório de determinação de limites realizado nesta Crítica. Que mais tarde seria detalhado em As palavras e as coisas, e já bastante visitado por seus leitores, Foucault problematiza os desdobramentos deste gesto, transgressão que inaugura a épistémè moderna: o Homem e sua finitude. Objeto deste artigo, Foucault analisa como este gesto poderia ser delineado: como poderia ser possível uma transgressão desta finitude. Nosso principal objetivo é problematizar a linguagem desta transgressão e propor um caminho à finitude transgredida. Palavras-chave: Sexualidade, finitude, erotismo, linguagem dialética, sujeito, prazer

Uma ontologia crítica da diferença no rebordo do Limite
Transgressões do prazer
Considerações finais
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