Abstract

Objetivo: compreender como as famílias de portadores de transtornos mentais percebem as internações frequentes de seu familiar. Método: estudo qualitativo realizado em 2022, com dados referentes a 2019 e fundamentado no interacionismo simbólico. Entrevistou-se familiares de pessoas com mais de duas internações em um hospital psiquiátrico do interior paulista. As entrevistas foram submetidas a análise de conteúdo com auxílio do software Iramuteq. Resultados: participaram 18 familiares e 18 pacientes, e, da análise temática, resultaram seis classes de palavras que descrevem a convivência da família com o portador de transtorno mental e as frequentes internações em dois momentos distintos denominados: cotidiano crítico (Não adesão do paciente ao tratamento medicamentoso e psicossocial; Entendimento da não adesão do paciente a medicação; A vulnerabilidade na prática do cuidado) e cotidiano estável (Família e o uso dos equipamentos sociais e de saúde; A família e a busca pelo recurso da internação; A família e a busca pelo recurso da internação). Esta convivência é marcada pela sobrecarga de cuidados, descrença na melhora do familiar doente e do atendimento que ele recebe do sistema de saúde. Conclusão: as famílias enfrentam diversas dificuldades no cuidado prestado ao familiar com transtorno mental, notadamente a adesão medicamentosa e a ambiguidade de sentimentos regulam as relações; Portanto, assumem todo cuidado se sentem fragilizadas pela falta de suporte da Rede de Atenção Psicossocial, dos demais serviços da rede intersetorial e dos profissionais de saúde.

Full Text
Published version (Free)

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call