Abstract

O presente trabalho pretende discutir a espacialização do latifúndio e os desdobramentos socioambientais e políticos desse processo bem como as tensões de classe entre o latifúndio e o campesinato enquanto portadores de objetivos conflitantes no campo. Para tanto, parte-se da teoria da renda da terra e da função social da terra para a compreensão da constituição do latifúndio produtivo e suas características, o que supõe reposicionar o uso do termo agronegócio. Dessa forma, o objetivo do trabalho é evidenciar como a concentração fundiária provoca efeitos devastadores para a sociedade, ao mesmo tempo em que a unidade de produção camponesa se apresenta como portadora da capacidade de cumprimento da função social da terra. Os estudos que o comprovam estão baseados no recorte espacial do município de Ivinhema, localizado no sudoeste de Mato Grosso do Sul. A metodologia utilizada consistiu em levantamento bibliográfico em livros, periódicos e jornais sobre os temas, levantamento de dados nos censos agropecuários e da produção agrícola municipal do IBGE, informações sobre a estrutura agrária de Ivinhema junto ao INCRA e obtenção de informações por meio de entrevistas realizadas com servidores públicos, proprietários capitalistas e camponeses no município. Após a análise dos dados à luz da base teórica utilizada, constatou-se a prevalência do caráter rentista da propriedade privada capitalista da terra, aqui caracterizada como latifúndio improdutivo e latifúndio produtivo, em vista das distinções entre ambos, aos quais confrontou-se a agricultura camponesa, qualitativamente oposta a ambos em vista do uso produtivo da terra.

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