Abstract
Diferentemente das experiências históricas mais conhecidas e radicais que emergiram em contextos de crise revolucionária, as empresas recuperadas pelos trabalhadores (ERTs) que emergiram na Argentina constituem processos que respondem às transformações regressivas da própria economia capitalista. O estágio da globalização neoliberal levou à expulsão de milhões de trabalhadores das relações salariais na América Latina. A autogestão e a auto-organização produtiva, mesmo nesse cenário desfavorável, representam uma resposta ativa da classe trabalhadora a essa situação. Como as ERTs, os bachilleratos populares (BPs) surgem em resposta à crise causada pela implementação de políticas neoliberais. A maior parte dos BPs que se articulam com ERTs foi promovida pela Cooperativa de Educadores e Pesquisadores Populares (CEIP). Essa cooperativa foi criada pela Equipe de Educação Popular, composta por professores e alunos da Universidade de Buenos Aires, que desde 1998 vem organizando espaços educativos em e com organizações sociais a partir da perspectiva da educação popular.
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