Abstract

Este artigo examina a doença da acídia sob uma perspectiva histórica, considerando sua manifestação como um fenômeno social ao longo do tempo. O objetivo é analisar como a acídia foi percebida e representada em dois períodos históricos distintos: o século XIII, através da obra de Tomás de Aquino, e o século XV, por meio da iconografia de Hieronymus Bosch. Busca-se compreender as concepções da acídia como uma condição que afeta não apenas o indivíduo, mas, também, a sociedade em que está inserido. A pesquisa baseia-se em uma análise crítica e de longa duração das fontes primárias, combinando a análise histórica e iconográfica. Utilizamos a história social como uma lente analítica para compreender como as interações entre indivíduos e grupos sociais influenciaram a compreensão da acídia e sua manifestação na sociedade e as condições sociais, econômicas e culturais que moldaram essas percepções. Os resultados revelam que a acídia foi concebida de maneiras variadas ao longo da história, refletindo as mudanças religiosas, filosóficas e sociais. Tanto Tomás de Aquino (1224/25-1274) quanto Hieronymus Bosch (1450-1516) abordaram a acídia como uma condição que enfraquece o espírito humano e corrompe a alma, afetando o indivíduo e a comunidade em que vive. Concluímos, portanto, que a acídia não é apenas uma questão individual, mas sim um fenômeno social que reflete as complexas interações entre indivíduos e sua sociedade. Ao considerar a acídia como uma doença histórica, este estudo contribui para uma compreensão mais ampla da natureza e do impacto das doenças ao longo do tempo.

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