Abstract
Na contemporaneidade, o predomínio de determinadas sintomatologias e formas de subjetivação podem estar intrinsecamente relacionadas com as características da cultura atual. O presente trabalho tem como objetivo discutir sobre a depressão como sintoma social na contemporaneidade. Realizou-se um estudo teórico a partir da revisão de literatura com base em artigos e livros que tratam do tema em questão. Percebeu-se que a contemporaneidade se caracteriza por uma sociedade espetacular e narcísica, produtora de (de) pressões e solicitações por uma busca de gozo sem limites e satisfação a todo custo, o que tem se tornado árduo demais para os sujeitos. Nesse contexto, a depressão surge como um mal-estar que expressa o desacordo e o vazio de não corresponder aos ideais da cultura atual. A literatura consultada aponta ainda que o termo depressão tem sido usado como um significante para nomear diversos sentimentos, a exemplo da tristeza que tem sido aventada como sinônimo de depressão. Ao lado disso, foi possível reconhecer que a maioria dos casos diagnosticados como “depressão” nos dispositivos de saúde mental são tratados pela via da medicalização que, por vezes, considera prioritariamente o sintoma em detrimento do sujeito. Assim, concluiu-se que a escuta clínica, especificamente a psicanalítica, surge como uma alternativa à medicalização, a singularidade do sujeito no lugar do enfoque na patologia.
Highlights
In contemporary times, the predominance of some clinical symptoms and ways of subjectivities can be intrinsically related to the characteristics of the current culture
Discutimos a depressão como sintoma social a partir de algumas características da contemporaneidade que podem ser disparadoras ou potencializadoras de mal-estar
A escuta psicanalítica, no campo da saúde mental, entra como uma das práticas dentre tantas outras de tratamento nesse contexto, posicionando-se de forma distinta na contemporaneidade diante das novas formas de subjetivações, dos sofrimentos, ou seja, dos sintomas enquanto efeitos do social
Summary
O predomínio de determinadas sintomatologias e formas de subjetivação podem estar intrinsecamente relacionadas com as características da cultura atual. O presente trabalho tem como objetivo discutir sobre a depressão como sintoma social na contemporaneidade. Percebeu-se que a contemporaneidade se caracteriza por uma sociedade espetacular e narcísica, produtora de (de) pressões e solicitações por uma busca de gozo sem limites e satisfação a todo custo, o que tem se tornado árduo demais para os sujeitos. A depressão surge como um mal-estar que expressa o desacordo e o vazio de não corresponder aos ideais da cultura atual. Foi possível reconhecer que a maioria dos casos diagnosticados como “depressão” nos dispositivos de saúde mental são tratados pela via da medicalização que, por vezes, considera prioritariamente o sintoma em detrimento do sujeito.
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