Abstract

INTRODUÇÃO: As políticas de saúde infantil da Atenção Básica preconizam pela perspectiva do cuidado integral, associadas ao princípio da territorialidade. Contudo, abarcar a diversidade do território constitui-se enquanto um importante desafio para os profissionais de saúde responsáveis pelas consultas periódicas dos bebês, sobretudo em locais com forte tradição cultural hegemônica. OBJETIVO: O presente estudo buscou investigar as experiências e desafios de profissionais de saúde com a diversidade de cuidadores, saberes e práticas de cuidado nos atendimentos a bebês de 0 a 2 anos na Atenção Básica de Caxias do Sul, RS. MÉTODO: Trata-se de um estudo qualitativo envolvendo entrevistas online com 12 profissionais de saúde de quatro UBS da cidade, cujos dados foram analisados através de uma leitura psicanalítica. RESULTADOS e DISCUSSÃO: Constatou-se que há uma diversidade de cuidadores nas consultas dos bebês, sobretudo mães italianas, avós italianas e cuidadores imigrantes não italianos. Ainda, as consultas acabam se tornando um palco de embates entre profissionais e cuidadores, especialmente no tocante às dissonâncias sobre os saberes e práticas de cuidado ao bebê. CONCLUSÃO: Os saberes dos cuidadores que não estão em consonância com as políticas de saúde são percebidos pelos profissionais de saúde enquanto desafios na efetivação do cuidado integral dos bebês.

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