Abstract

Em meio à profusão de gêneros discursivos que vemos atualmente, nas mais diferentes esferas, o romance-reportagem tem obtido um lugar de destaque ao revelar internacionalmente diversos bestsellers no gênero, além de inspirar a produção de filmes, documentários e podcasts. Entretanto, sua análise comumente ainda permanece limitada entre acepções sobre as suas instâncias narrativas ou seu caráter unicamente denunciativo, herança do jornalismo. Numa tentativa de fugir dessa polarização teórica, o presente ensaio propõe uma discussão sobre as características e peculiaridades do enunciado no romance-reportagem, e como a atitude denunciativa do autor se converte em escolhas linguístico-discursivas no cerne da unidade da obra. Como referência a essas discussões, tomaremos como aporte teórico os conceitos de enunciado-enunciação desenvolvidos por Bakhtin e o Círculo para refletir sobre a construção do percurso enunciativo nesse gênero do discurso, a partir dos traços constitutivos que lhes são próprios, assentados na prototipicidade de um romance-reportagem, e não sob a ambiguidade do que não é: romance ou reportagem.

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