Abstract

The financial crisis that broke out in 2008-09 sparked or unveiled a series of internal transformations in the world of finance and its relations with the rest of Brazilian society, especially between the financial elites and the political field. The article aims to begin to analyze these new trends and thereby help explain some less obvious points in the concept of field in Bourdieu's sociology, as well as to highlight the notion of cultural war in the sense of demonstrating its pertinence for explaining the Brazilian social scene in recent decades

Highlights

  • Roberto GrünP revisivelmente, a crise financeira que se anunciou no início do segundo semestre de 2008 desafiou o mundo das finanças.

  • A sociedade foi obrigada a socorrer as instituições financeiras e outras, que se fragilizaram ao extremo por causa de problemas que são diagnosticados como “excessos”, ou “cupidez” dos agentes financeiros.

  • É um bom procedimento epistemológico que a sua sociologia não avance uma explicação peremptória para a crise e que, em vez disso, examine justamente as linhas de força, as estratégias de manutenção da autonomia financeira e as formas como elas se compõem ou são desafiadas na sociedade.

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Summary

Roberto Grün

P revisivelmente, a crise financeira que se anunciou no início do segundo semestre de 2008 desafiou o mundo das finanças. A sociedade foi obrigada a socorrer as instituições financeiras e outras, que se fragilizaram ao extremo por causa de problemas que são diagnosticados como “excessos”, ou “cupidez” dos agentes financeiros. É um bom procedimento epistemológico que a sua sociologia não avance uma explicação peremptória para a crise e que, em vez disso, examine justamente as linhas de força, as estratégias de manutenção da autonomia financeira e as formas como elas se compõem ou são desafiadas na sociedade. E mais do que isso, quando analisamos os paralelismos e divergências entre o engendramento da governança corporativa e outra grande inovação financeira que são os fundos de private equities, observamos a construção de uma cultura e de um quadro moral internos ao mundo das finanças que irão se espraiar bem além dos mercados financeiros propriamente ditos. E a teoria moderna da metáfora vai nos ajudar a entender como a habitualidade do uso desse enquadramento cognitivo nos predispõe a aceitar as receitas sociais e a pregação política inspirada na cultura dos mercados financeiros (Ortony, 1993; Gigerenzer e Goldstein, 1996; Lakoff, 1996; Douglas e Ney, 1998)

AS FINANÇAS IMITAM A ARTE
OS DESAFIOS À AUTONOMIA DO CAMPO
OS EFEITOS PERVERSOS
COM QUEM FICA O MICO?
FLEXÕES SEMÂNTICAS E FORMAS DE ARGUMENTAÇÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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