Abstract

Resumo O artigo propõe um olhar antropológico sobre a profunda participação dos estudos de folclore e de categorias usadas por estes estudiosos nas construções de sentido e dinâmicas do fandango, expressão popular comum no litoral sul e sudeste brasileiro, especialmente nos estados do Paraná e de São Paulo. Revisitando obras e processos de pesquisa empreendidos por Mário de Andrade, Renato Almeida, Fernando Corrêa de Azevedo, Inami Custódio Pinto, Alceu Maynard Araújo, Rossini Tavares de Lima, entre outros, procuro elucidar, a partir do fandango, suas diferentes concepções e projetos no tratamento dado a questões, estratégias e práticas caras ao folclorismo, como patrimonialização, regionalismo, risco, rumor e resgate. Proponho ainda pensar sobre como tais autores articularam, cada um em seu tempo e a seu modo, os estudos de folclore com os campos das artes e das ciências sociais.

Highlights

  • Na região que abrange o litoral sul de São Paulo e norte do Paraná[2] há muitos músicos, grupos e núcleos comunitários que se dedicam à prática do fandango

  • The analysis aims to illuminate the different conceptions and projects held by these authors regarding issues, strategies and practices typical of Folklorism such as patrimonialization, regionalism, risk, rumor and rescue

  • Enquanto no Paraná percebemos a busca de uma identificação mais ampla com um projeto de identidade cultural para o estado no conjunto da nação e a ênfase em suas peculiaridades artísticas e culturais, em São Paulo o fandango é visto de modo menos nítido como participante de certos nichos identitários específicos que compõem a formação da cultura tradicional paulista

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Summary

Introduction

Na região que abrange o litoral sul de São Paulo e norte do Paraná[2] há muitos músicos, grupos e núcleos comunitários que se dedicam à prática do fandango. O autor iniciou suas pesquisas sobre o folclore paranaense em 1948, mesmo ano em que foi criada a Comissão de Folclore do Paraná, e realizou viagens ao litoral do estado com fins de “coleta” até 1955.11 Seu empreendimento, segundo ele sem grandes pretensões analíticas ou interpretativas, seria uma resposta ao alarmante chamado da Comissão Nacional de Folclore que se dedicava então a arregimentar esforços em todo o país para a realização de registros que salvassem “ao menos a lembrança de nossas mais caras tradições” (Azevedo, 1973: 57).

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