Abstract
A Odisseia, escrita por Homero (século VIII a.C), apresenta Penélope, rainha de Ítaca que para evitar um novo casamento cria um ardil com a tecelagem da mortalha de seu sogro – Laertes. Já em Dom Casmurro, escrito por Machado de Assis (1899), há a emblemática Capitolina, sobre a qual o próprio narrador conclui: “Capitu era Capitu, isto é, uma criatura muito particular, mais mulher do que eu era homem” (Assis, 1994, p. 30). Se Capitu, personagem magistralmente construída por Machado de Assis no século XIX, serve de baliza moderna, voltemos os olhos para Penélope, no universo mítico da Odisseia, cuja beleza e papel feminino merecem especial destaque. Desse encontro de mulheres/ mundos/ distantes e diferenciados, uma terceira obra surge como necessária: A Odisseia de Penélope, de Margaret Atwood (2005), cujo intuito é dar voz à personagem silenciada e mostrar um ponto de vista diferente daquele proposto por Homero, isto é, representar a posição ativa da personagem que está subentendida no texto homérico. Sendo assim, a problemática do trabalho volta-se à caracterização do ardil feminino através das personagens Penélope e Capitolina, das obras Odisseia e Dom Casmurro, tendo como extensão teórico/crítica a visão de Margaret Atwood. A Odisseia, de Homero, e Dom Casmurro, de Machado de Assis, enfocam as personagens femininas, Penélope e Capitu, pelos olhos comprometidos e comprometedores de narradores masculinos. Entretanto, a Penélope, de A Odisseia de Penélope, possui voz expressa e expressiva na sua modernidade. Todas, porém, à sua maneira, encontram um estratagema para marcar as suas feminilidades.
Highlights
The Odyssey, written by Homer (8th century BC), presents Penelope, Queen of Ithaca, as someone who, in order to avoid remarriage, creates an artifice by weaving the shroud of her father -in-law - Laertes
If Capitu, a character masterfully built by Machado de Assis in the nineteenth century, serves as a modern mark, let us turn our eyes to Penelope, in the mythical world of The Odyssey, whose beauty and female roles deserve distinction
From this meeting of distant and different worlds and women, a third work emerges as necessary : The Penelopiad, by Margaret Atwood (2005), whose intention is to give voice to the silenced character and show a different character from the one proposed by Homer's point of view, namely, to represent the active position of the character implied in the Homeric text
Summary
Homero e Machado de Assis estão separados por vários séculos na produção de suas obras, contudo o patriarcalismo é um aspecto comum nos seus enredos, cujas narrações enfatizam o papel do homem na sociedade, refletindo o pensamento de suas épocas. Desta forma, considerando Capitu, personagem construída por Machado de Assis no século XIX, como baliza moderna, nos confrontamos com Penélope, no universo mítico da Odisseia, cuja beleza e papel feminino merecem especial destaque. Desse encontro de mulheres/ mundos/ distantes e diferenciados, uma terceira obra surge como necessária: A Odisseia de Penélope, de Margaret Atwood, cujo intuito é dar voz à rainha silenciada e recontar a história sob uma outra perspectiva, isto é, representar a posição ativa da personagem que está subentendida no texto homérico. Não é à toa que na sua obra iguala mulheres e escravas quanto à importância na sociedade, criando uma personagem sob a ótica eminentemente feminista
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