Abstract

Este trabalho visa analisar a Reforma do Ensino Médio, sob Temer, como um projeto político vitorioso. Propõe investigar a natureza do projeto e as suas contradições, e como foi possível que tal projeto tenha sobrevivido aos governos progressistas. Este texto assume que a Base Nacional Comum Curricular para o Ensino Médio (BNCC) é manifestação concreta das mesmas concepções que animaram as políticas neoliberais em educação desde a redemocratização. Realizamos a análise da implementação da BNCC a partir de duas entrevistas, uma de Maria Helena Guimarães de Castro (2016), que se centrou em torno da gestão do ex-Ministro de Educação Paulo Renato, durante os governos de Fernando Henrique Cardoso, e a de Rossieli Soares (2019), cuja entrevista se deu em torno de sua própria gestão à frente do Ministério e também da gestão de Mendonça Filho, após o golpe de 2016. Concluímos que a dominância do modelo gerencial reduz a lógica dos direitos sociais à racionalidade do universo econômico, naturalizando a visão da educação como mercadoria e da escolarização como formação para um sistema concorrencial de mercado; modelo gerencial cuja base encontra-se no pensamento econômico neoclássico e no emprego de metodologias de avaliação, de resultados limitados.

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