Abstract

Este artigo objetiva discutir, por meio de uma análise linguística, a construção de sentidos possibilitada pelos encadeamentos argumentativos evocados nas falas dos deputados Ronaldo Fonseca e Jean Wyllys, em um debate acerca do Estatuto da Família - Projeto de Lei 6.583/13 - que objetiva restringir o conceito de família aos casais heterossexuais e filho (s). Essa análise se dá à luz da Teoria dos Blocos Semânticos (TBS), criada por Oswald Ducrot e Marion Carel (2005), fase mais expressiva da Teoria da Argumentação na Língua (ANL). A TBS defende que a argumentação está na própria língua e que discursos são evocados por meio de encadeamentos argumentativos – que são a combinação de dois segmentos de um enunciado, unidos pelos conectores PORTANTO (DC) e NO ENTANTO (PT), que estabelecem interdependência semântica entre eles. Um encadeamento argumentativo pertence a um bloco semântico composto de quatro aspectos argumentativos. Para atingir nosso propósito, transcrevemos o debate em questão, realizamos um estudo bibliográfico acerca do tema e prosseguimos com a análise do nosso corpus. Selecionamos dois excertos das falas de cada debatedor que melhor ilustram a evocação de encadeamentos argumentativos. Isso nos possibilitou elaborar quatro aspectos argumentativos para o bloco semântico defendido por cada deputado e mais quatro aspectos argumentativos que compõem o bloco oposto. Nossos dados comprovam que a própria língua possui orientação argumentativa e que os sentidos são construídos a partir da argumentação. Além disso, confirmamos que a argumentação é materializada na relação entre entidades linguísticas.

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