Abstract

Introdução: O processo de construção da subjetividade se dá de forma complexa abarcando as relações do sujeito com o mundo. A sociedade é erigida a partir de três eixos de poder: gênero, raça e classe. Desta forma, a mulher negra e periférica está na base do sistema de opressão social, sendo impactada na intersecção destes três eixos do sistema de dominação que se refletem nas relações sociais, na produção simbólica da sociedade e na sua própria produção enquanto sujeito. Objetivos: Este estudo propõe compreender o processo de construção da subjetividade da menina negra durante o período de socialização na escola e refletir sobre as contribuições da terapia ocupacional para a igualdade racial no contexto escolar. Metodos: Pesquisa de campo de abordagem qualitativa, realizada em uma escola estadual. Os dados foram coletados por meio de grupos focais e diários de campo das oficinas terapêuticas -ocupacionais. Resultados: A pesquisa resultou em duas categorias: “O corpo da mulher negra: racismo, empoderamento e construção da autoestima”; “T.O com raça: oficinas de teatro, vídeos e bate-papos no processo de conscientização e expressão dos estigmas sociais”. Conclusão: A instituição escolar, enquanto microcosmo social, ainda se apresenta como um espaço reprodutor das violências raciais, apesar do importante avanço nas políticas reparatórias. As ações de uma Terapia Ocupacional engajada e crítica podem potencializar as meninas negras no entendimento e na expressão de suas histórias, no reconhecimento das injustiças e das violências sofridas e, por último, na promoção de reflexões sobre estratégias coletivas de enfrentamento ao racismo.

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