Abstract

As operações anfíbias portuguesas adquiriram o seu cursus honorum ao longo da centúria de quatrocentos, nomeadamente, através da experiência acumulada com os ataques a várias posições no Norte de África. Este know how, catapultado para os mares do Oriente na centúria seguinte, foi alicerçado por empreendimentos que marcaram a expansão quatrocentista portuguesa, como a conquista de Ceuta, em 1415, ou a conquista de Arzila, em 1471. Porém, outras acções não tão mediáticas revestem-se de particular interesse, na medida em que reflectem a adopção de diferentes estratégias em função de diferentes objectivos. É nesse sentido que, passados 550 anos sobre a conquista e destruição Anafé (Casablanca) pelo infante D. Fernando, torna-se pertinente analisarmos este empreendimento militar no contexto das operações anfíbias quatrocentistas, identificando os motivos que desencadearam tal operação e enquadrando o perfil social e militar de D. Fernando no quadro da política expansionista portuguesa do séc. XV.

Highlights

  • Portuguese amphibian operations acquired their cursus honorum during the fourteen hundreds namely through the experience accumulated from the attacks on various positions in North Africa

  • Other not so famous actions are of particular interest, in that they reflect the adoption of different strategies in order to achieve different objectives

  • It is pertinent to analyse this military enterprise in the context of the fifteenth century amphibian operations, identifying the reasons that led to such operation and bearing in mind the social and military profile of D

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Summary

Um ninho de corsários e piratas

Segundo Miguel Luís Duarte, “só com muito boa vontade podemos descortinar neste episódio (conquista e destruição de Anafé) qualquer desígnio estratégico” (Duarte 2003: 429). Motivos mais que suficientes para legitimar uma ofensiva militar contra esta cidade norte-africana[12]. Sobre este episódio diz-nos Rui de Pina que “o infante não pôde escapar a uma grave e áspera reprensão que El-Rey seu irmão lhe fez pela perigosa ousadia que sem sua licença e contra seu mandato comettera”[16]. Fernando nestas campanhas norte-africanas denunciam, desde logo, que o infante vivia com a ânsia de ser o protagonista de alguma façanha militar na guerra contra os mouros. Não será de estranhar que, ao ser concebida uma ofensiva contra um ninho de corsários que atacava as costas do Algarve, o infante apareça como comandante desse empreendimento militar. Apresentava-se assim a grande oportunidade para o “exilente Príncipe” conseguir a tão almejada “vitoria e honra” (Pereira, E.S.O., XVI: 27)

A acção de espionagem
22 Fonseca 1998
Recursos em combate
Depois da destruição de Anafé
Considerações finais

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