Abstract
Através da análise dos livros contábeis da Companhia de Pernambuco e da Paraíba, o artigo apresenta estimativas sobre o negócio de importações e a lucratividade do tráfico em Angola operado pela Companhia. Por este estudo de caso procura-se desenvolver a hipótese formulada originalmente por Joseph Miller de que era a metrópole que financiava a maior parte do tráfico em Angola. Deste modo, pretende-se discutir o funcionamento do tráfico de escravos nesta região, particularmente no que diz respeito às operações de financiamento e de transporte.
Highlights
Portanto, a participação “brasílica” na balança de pagamentos do tráfico de Angola foi bem maior do que sugere a análise pura dos dados de importação e exportação, mas se fôssemos calcular uma balança de pagamentos seria necessário incluir a diferença na lucratividade das mercadorias que, como foi visto, favorecia a metrópole
This case study seeks to develop a hypothesis originally formulated by Joseph Miller that it was the metropolis that financed most of trade in Angola
We intend to discuss the operation of the slave trade in the region, with regard to financing and transport operations
Summary
Fontes: ANTT, CGPP, Junta de Lisboa, Livros 394, 395, 470, 471, 290 operações no Rio estavam sob o cuidado de um procurador que também era responsável pelo pagamento de algumas letras sacadas pelos administradores.[25]. Isto só era possível com o gerenciamento de estoques em Luanda, operação que era viável aos grandes monopolistas, fosse a Companhia, fossem os contratadores de Angola que dominaram boa parte do financiamento do negócio até 1770.35 Ao mesmo tempo, a irregularidade dos navios com origem em Portugal era possível pela natureza da carga, basicamente produtos manufaturados não perecíveis de alto valor e de maior facilidade para transporte e armazenamento, enquanto as cargas com origem no Brasil eram mais perecíveis e precisavam ser liquidadas rapidamente; esta é uma das razões porque as taxas de lucro das carregações com origem em Pernambuco eram tão inferiores (voltarei a este ponto).[36]. Podemos ver três períodos muito bem destacados: 1759-1769, com grandes importações de mercadorias e exportações de escravos, 1770-1778, em que se reduziu o movimento comercial da administração de Angola e depois de 1779, em que as operações da Companhia foram vagarosamente paralisadas
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