Abstract
A supressão do modelo de cuidado asilar em saúde mental no Brasil sob as influências e à luz da reforma psiquiátrica, finda um novo paradigma epistemológico com um olhar dirigido para o indivíduo como sujeito nos processos de cuidado, rompendo com a lógica manicomial em torno da doença e promovendo sua participação e protagonismo nas esferas biopsicossociais. O estudo tem como objetivo geral: Descrever as práticas e atuação do profissional de Terapia Ocupacional nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Trata-se de uma revisão de literatura integrativa de caráter descritivo. A busca dos artigos foi realizada nas bases de dados Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde (Lilacs), Scientific Library Online (SciELO), Portal de Periódicos Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional/Brazilian Journal of Occupational Therapy (UFSCar), Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo e Revista Interinstitucional Brasileira de Terapia Ocupacional (REVISBRATO) utilizando os descritores: ‘’Saúde mental’’, ‘’Terapia Ocupacional’’, ‘’Atenção Psicossocial’’ e ‘’Desinstitucionalização’’. Com o operador booleano AND para as especificidades do levantamento. Foram incluídos artigos que estivessem disponíveis na íntegra, condizentes com os objetivos do estudo. Foram encontrados 472 artigos, dos quais 10 foram selecionados. A partir, verificou-se que as práticas dos profissionais de Terapia Ocupacional baseiam-se em intervenções que consideram os preceitos de intersetorialidade, interdisciplinaridade, singularidade e integralidade como práticas de cuidado efetivas no que se refere à atenção psicossocial. O trabalho do terapeuta ocupacional considera o cotidiano, as trocas e as vivências no território como lócus de intervenção preponderante, entendendo que os indivíduos são produto da realidade social e ao mesmo tempo são sujeitos no processo de construção e transformação do mundo e de si próprios historicamente. O processo de cuidado apresenta grandes desafios e deve se distanciar de modelos pré-estabelecidos e/ou padronizados, uma vez que os usuários são reflexo do meio social em uma dinâmica complexa, subjetiva, dotada de contradições e singularidades.
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