Abstract
Questões como a influência da tecnologia no cotidiano e as soluções e problemas que poderiam advir da relação cada vez mais próxima entre homens e máquinas e a observação mais científica do mundo e mais humana das ciências, são as chaves pelas quais pretende-se desvendar os contos que perfazem um percurso repleto de imagens corpóreas, sensações, devires no livro Histórias naturais, publicado em 1966 pelo escritor italiano Primo Levi (1919-1987). As metáforas levam significado de um domínio ontológico para outro, criando uma relação que não se encontra na natureza, assim o texto busca na linguagem da ciência e na obsessão pelos arquivos todo um arcabouço semiológico, de forma a dar relevo aos processos de submissão do humano à máquina e à tecnologia. A partir da obsessão contemporânea pelo arquivo, como descrita por Jacques Derrida e das noções de biopoder de Michel Foucault, do poder de promover a vida ou desautorizá-la ao ponto da morte, pretende-se observar as metáforas literárias em Histórias naturais, do qual emergem a ciência e o arquivo, com suas linguagens e técnicas como alegoria bem construídas a favor do poder, da dominação e da destruição do outro.
Highlights
Invente o fogo e o ofereça aos homens: mais tarde uma águia roerá seu fígado pela eternidade
No prefácio a 71 contos, edição que reúne três livros de Levi no Brasil, Maurício Santana Dias observa essa realidade virtual pré-fabricada reproduzida em um mundo onde galinhas podem atuar como censoras, após treinamento adequado, ou máquinas podem criar textos autorais ou efetuar clones de quaisquer objetos, mesmo animais
O texto se apresenta num imbricado perfil de duas faces: de um lado, a presença da ciência que promove uma narrativa na qual a arte e fantasia, a imaginação e o lírico, e tudo mais que é próprio do texto literário passa pelo crivo do cientista e de sua visão cartesiana de mundo; de outro lado, o que é próprio da ciência, sua linguagem, formas, passam pela elaboração poética do fazer literário
Summary
Invente o fogo e o ofereça aos homens: mais tarde uma águia roerá seu fígado pela eternidade. O escritor lida 13 com o fantástico e o insólito à sombra da guerra e de seus horrores.2 Estão presentes, no texto, questões caras à época como a influência da tecnologia no cotidiano, seu desenvolvimento, sua capacidade de mudar vidas e mesmo de dominá-las, além de uma observação mais científica do mundo e mais humana das ciências.
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