Abstract

O escopo do artigo é examinar a tese hobbesiana de que todo efeito possui uma causa necessária, indicando como o filósofo a demonstra de modos diferentes, mas complementares: em primeiro lugar, tanto por meio da identificação entre causa integral, causa suficiente e causa necessária, como pela redefinição dos conceitos de potência e ato; em segundo, através da subordinação do princípio de bivalência à determinação necessária dos eventos; e, por fim, pela defesa de que só por meio de uma causa necessária, causa que opera mecanicamente por meio de contato, é possível dar a razão pela qual os eventos possuem tais determinações espaciotemporais ao invés de outras, de modo que a causalidade mecânica necessária se estabelece como o único tipo legítimo de explicação dos fenômenos em Hobbes, transformando-se, então, na forma geral da inteligibilidade.

Highlights

  • The aim of this paper is to examine the hobbesian thesis that every effect has a necessary cause, showing how he demonstrates it in different but complementary ways: firstly, by means of identification between entire, sufficient and necessary cause and the redefinition of concepts of power and act; secondly, through the subordination of the principle of bivalence to the necessary determination of events; and lastly, by affirming that only through a necessary cause, a cause that can operate only mechanically via contact, is possible to give the reason why the events have these spatial and temporal features instead of others

  • The mechanical and necessary cause becomes in Hobbes the unique legitimate type of explanation of phenomena and the general form of intelligibility

  • Após inaugurar a filosofia primeira no De Corpore com a hipótese do aniquilamento do mundo, com a qual Hobbes visa esclarecer a estrutura e o conteúdo da representação humana (Zarka 20, p.66), o filósofo apresenta em primeiro lugar as definições de espaço e de tempo, que não são coisas que existem fora de nós, mas pertencem apenas à mente, uma vez que são os fantasmas “de uma coisa existente enquanto existente” e “de um movimento, na medida em que imaginamos nele um antes e um depois” (Hobbes 7, p. 83 e 84), respectivamente

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Summary

A CAUSALIDADE EM HOBBES: NECESSIDADE E INTELIGIBILIDADE

Resumo: O escopo do artigo é examinar a tese hobbesiana de que todo efeito possui uma causa necessária, indicando como o filósofo a demonstra de modos diferentes, mas complementares: em primeiro lugar, tanto por meio da identificação entre causa integral, causa suficiente e causa necessária, como pela redefinição dos conceitos de potência e ato; em segundo, através da subordinação do princípio de bivalência à determinação necessária dos eventos; e, por fim, pela defesa de que só por meio de uma causa necessária, causa que opera mecanicamente por meio de contato, é possível dar a razão pela qual os eventos possuem tais determinações espaciotemporais ao invés de outras, de modo que a causalidade mecânica necessária se estabelece como o único tipo legítimo de explicação dos fenômenos em Hobbes, transformando-se, então, na forma geral da inteligibilidade.

Causalidade e necessidade
Causalidade e inteligibilidade
Causalidade e mecanicismo
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