Abstract
O artigo aborda a contribuição da biblioteca escolar no trabalho educativo, a partir do entendimento do filósofo alemão Theodor W. Adorno de que a educação tem como fim último a recusa da barbárie. Para isso, toma o conceito de trabalho educativo da pedagogia histórico-crítica e a concepção de biblioteca escolar de Álvarez e Castrillón (2013) para discutir distintas concepções de biblioteca escolar, com ênfase na formação de acervos bibliográficos. Conclui que embora haja avanços na área, ainda há lacunas, especialmente no que toca às distâncias teóricas e práticas entre educação e biblioteconomia, e que a biblioteca escolar pode contribuir para a ampliação do capital cultural de estudantes e professores.
Highlights
Resumen: El artículo aborda la contribución de la biblioteca escolar al trabajo educativo, basado en la comprensión del filósofo alemán Theodor W
The paper discusses the contribution of the school library in educational work
on the understanding of the German philosopher Theodor W. Adorno that education has as its ultimate goal the refusal of barbarism
Summary
Theodor Adorno, em sua produção ensaística voltada para a educação e em participações em programas de rádio, afirmava sistematicamente que “a exigência que Auschwitz não se repita é a primeira de todas para a educação” (ADORNO, 1995, p. 119). Falando em um programa de rádio[4] e tendo, provavelmente, como ouvintes pessoas comuns, em sua maioria sem intimidade com o meio acadêmico, seu discurso era um apelo contra a barbárie, tendo a educação, especialmente a das crianças, lugar privilegiado. Os campos de concentração de Auschwitz, no sul da Polônia, hoje existem não apenas como memória da violência e do extermínio de milhões de pessoas, mas também como metáfora da crueldade que encontra na consciência coisificada – a recusa à capacidade de fazer experiências, de tomar a realidade como objeto de reflexão – terreno fértil para seu florescimento. Educar contra a barbárie é, segundo Adorno (1995), formar consciência verdadeira, para além da mera transmissão de conhecimentos: Aquilo que caracteriza propriamente a consciência é o pensar em relação à realidade, ao conteúdo – a relação entre as formas e estruturas de pensamento do sujeito e aquilo que este não é. Uma democracia efetiva só pode ser imaginada enquanto uma sociedade de quem é emancipado” (ADORNO, 1995, p. 141-142)
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