Abstract
O presente artigo demonstra como a percepção da união na diferença pode ser identificada no romance Castle Rackrent de Maria Edgeworth, publicado em 1800. Esta breve investigação se debruça sobre o didatismo dessa obra ficcional, classificada como National Tale. Este trabalho ainda explora a mediação proporcionada por sua estrutura formal, sobretudo o aparato paratextual, e reflete acerca do desafio da formação de uma dimensão conciliatória no romance, que não traz o casamento como superação do conflito narrativo. Mostra-se, ainda, como os desafios sociais impostos pela conturbada realidade da periferia celta impedem a composição de um romance realista e resultam em uma espécie de antirromance, que evidencia as contradições e ambivalências da realidade irlandesa em um momento crítico da história. Conclui-se demonstrando como o romance estudado apresenta uma solução ideológica que pode ser percebida em duas frentes: a de uma reforma feita pela elite da ascendência anglo-irlandesa, capaz de manter o status quo preservando as tradições do país; e uma atitude assimilativa por parte da Grã-Bretanha na ocasião da União com a Irlanda, que incorpore a alteridade ao invés de rejeitá-la.
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