Abstract

Este artigo tem como objetivo apresentar o propósito da arte no império neoassírio, seu contexto histórico e suas ramificações neste período. Para se alcançar esse objetivo, uma revisão de literatura a respeito da arte no Império Neoassírio, e de documentos históricos e arqueológicos foi realizada. Pode-se observar que, ao contrário da percepção geral, os palácios neoassírios não se restringiam meramente a um complexo residencial real, mas também possuíam uma função político-social. Os palácios, a partir do reinado de Assurnasirpal II, foram decorados com temas mesopotâmicos tradicionais, mas as esculturas e os relevos artísticos presentes não tinham apenas o objetivo de decorar o palácio e sim estabelecer o direito divino real perante seus súditos, especialmente a elite da qual o rei era dependente politicamente. Essas características artísticas palacianas permaneceram ao longo dos séculos e tiveram seu auge durante o reinado de Senaqueribe, durante o qual também foi possível constatar inovações artísticas. Ao examinar as evidências arqueológicas e históricas de seu palácio e contrastá-las, foi possível identificar várias discrepâncias entre si, principalmente no que se refere à audiência. Pode-se se concluir, ao considerar como exemplo a tomada da cidade de Laquis no palácio de Senaqueribe, que as esculturase relevos artísticos poderiam ser direcionados a uma determinada audiência, e que eles, ao contrário de documentos escritos, omitiam certos acontecimentos que permaneciam acessíveis somente às pessoas de confiança do rei.

Highlights

  • The present article aims to introduce the purpose of art in the Neo-Assyrian Empire, its historical context and ramifications during this period

  • Pesquisar o pano de fundo histórico, os relatórios de campo arqueológicos, a arte assíria e os anais de Senaqueribe são a chave para se compreender as razões que levaram os governantes assírios a estruturar os seus palácios para acomodar a arte, e também a desenvolvê-la de forma que pudessem alcançar certa audiência

  • De acordo com McLaughlin (2012, p. 16), a Assíria, após um período em que teve de lidar com questões internas, manteve suas fronteiras contra incursões externas e começou a ter novamente controle sobre o território que a circundava, no final do décimo século a.C

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Summary

Bruno Alves Barros

As diversas formas de arte provenientes da mesopotâmia são conhecidas pela miríade de temas, que se estendem desde a elaboração de pequenas esculturas representando divindades protetoras para o afastamento de doenças e má sorte, estelas como a de Hamurabi que apresentam códigos de leis e uma representação artística humana e divina, além de relevos artísticos demonstrando os feitos públicos do rei, como a caça e as conquistas militares. A partir do reinado de Assurnasirpal II, a arte assíria começa a passar por mudanças significativas, não apenas em sua elaboração, mas em sua organização dentro e fora dos palácios. Estes objetivos tornam-se claros ao se examinarem as evidências literárias e arqueológicas do palácio de Senaqueribe, que não apenas deram prosseguimento às mudanças de Assurnasirpal II, mas também expandiram as inovações artísticas nos relevos, influenciando na maneira como a arte era elaborada até o período de Assurbanipal. Por intermédio de uma revisão bibliográfica, será possível compreender não apenas o contexto histórico, mas também a ideologia do Império Neoassírio, e a forma como os monarcas poderiam utilizar essa ideologia a seu favor como meio propagandístico de seu governo para alcançar estabilidade no trono

CONTEXTO HISTÓRICO E IDEOLÓGICO DO IMPÉRIO NEOASSÍRIO
INOVAÇÃO E AUDIÊNCIA NOS RELEVOS DE SENAQUERIBE
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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