Abstract

A agricultura de corte e queima é praticada há milhares de anos nas áreas florestadas do planeta, principalmente nas regiões tropicais. Sua prática envolve uma gama de técnicas que denotam seu caráter diversificado e itinerante, aproveitando o capital energético da floresta em recomposição. Muitos estudos atestam a sustentabilidade desses sistemas quando praticados tradicionalmente e sob baixas densidades populacionais, mantendo, ou mesmo, promovendo a biodiversidade local e garantindo a subsistência de muitas populações pobres rurais. No entanto, é crescente na literatura acadêmica e no debate político o papel que a agricultura de corte e queima vem desempenhando no desmatamento e demais impactos ambientais e socioeconômicos. Esse processo é conseqüência das mudanças no uso do solo, da intensificação agrícola e do aumento demográfico que, estão alterando as práticas e comprometendo a sustentabilidade desses sistemas agrícolas tradicionais. No rastro dessas preocupações, este estudo traz uma revisão do tema na literatura com os objetivos de traçar um panorama geral do que foi produzido até o momento, identificar as principais correntes teóricas envolvidas e apontar as alternativas propostas para sua manutenção.

Highlights

  • São analisados os impactos ambientais causados pela prática agrícola de corte e queima, principalmente aqueles que creditam à sua prática parte da responsabilidade pelo desmatamento e perda de biodiversidade das florestas tropicais, pelo aquecimento global, pela erosão e pelo empobrecimento de solos

  • A agricultura de corte e queima é uma adaptação altamente eficiente às condições onde o trabalho, e não a terra, é o fator limitante mais significativo na produção agrícola (Boserup, 1965)

  • Os termos mais abrangentes e freqüentes na literatura para designar esse sistema agrícola são: agricultura de corte e queima, agricultura itinerante e, menos freqüentemente, swidden

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Summary

Nelson Novaes Pedroso JúniorI Rui Sérgio Sereni MurrietaII Cristina AdamsIII

Resumo: A agricultura de corte e queima é praticada há milhares de anos nas áreas florestadas do planeta, principalmente nas regiões tropicais. Many studies claim that slash-and-burn agriculture is sustainable only when performed under conditions of low human demographic density and maintenance or even increase of local biodiversity It is growing in the academic literature, as well as in development debates, the concern regarding the role that this system has been playing in the deforestation of the planets tropical forests. This process appears to be closely linked to changes in land use patterns (agricultural intensification) and urban and rural demographic growth. É feita uma análise das propostas que vêm sendo elaboradas na tentativa de substituir a agricultura de corte e queima ou de promover sua sustentabilidade por meio de tecnologias de baixo impacto e de alternativas de renda para os agricultores tradicionais

DEFINIÇÃO E ABRANGÊNCIA
Solos e ciclagem de nutrientes
Capoeiras e sucessão vegetal
Agrobiodiversidade e sustentabilidade
Solos e processos erosivos
Desmatamento e perda de biodiversidade
Gases estufa e aquecimento global
MUDANÇAS NO USO DO SOLO
Alternativas à agricultura de corte e queima
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