Comportamento verbal é comportamento operante, sujeito a leis de reforçamento. Contingências de reforçamento podem produzir supressão ou baixa frequência de emissão de respostas verbais. O objetivo deste trabalho foi: levantar hipóteses de possíveis contingências de reforçamento que pudessem provocar supressão e/ou baixa frequência na emissão respostas verbais; observar interações familiares e identificar contingências que pudessem diminuir ou aumentar a frequência de emissão de respostas verbais e comportamentos inadequados; e, desenvolver procedimentos de intervenção através de orientações aos pais e verificar possíveis mudanças na frequência de emissão de respostas verbais de uma criança de cinco anos. Para isso, foram feitas: entrevista para levantamento da história de vida da criança e da queixa; observações semanais de uma hora na residência da criança por um período de sete meses; e, orientações aos pais ao final de cada sessão de observação para que usassem procedimentos tais como reforçamento diferencial de respostas alternativas, ensino de nomeação, reforçamento de mandos vocais, consequenciação de emissão de resposta verbal, alteração na frequência de assistir TV e jogar vídeo-game e extinção para comportamentos inadequados. As interações entre os membros da família durante as sessões de intervenção foram transcritas e categorizadas. Os resultados mostram que a criança em sua história de reforçamento e no início do estudo, foi exposta a contingências desfavoráveis ao desenvolvimento de respostas verbais, o que produziu supressão e/ou baixa frequência de emissão de respostas verbais. As orientações emitidas pela pesquisadora parecem ter produzido mudanças nos comportamentos dos pais e consequentemente, nos comportamentos da criança, provocando aumento na frequência de emissão de verbalizações e diminuição dos comportamentos inadequados. Além disso, os dados mostram que ocorreram mudanças na interação de todos os membros da família.
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