O uso histórico de plantas no tratamento de doenças persiste hoje como uma terapia alternativa, especialmente em regiões rurais e em desenvolvimento, devido a fatores culturais e econômicos. Este estudo teve como objetivo documentar e analisar o uso medicinal de espécies vegetais em uma comunidade rural próxima ao Parque Nacional de Sete Cidades, Piauí, com base na Hipótese da Aparência Ecológica. Foram conduzidas entrevistas semiestruturadas com 27 membros da comunidade e um levantamento fitossociológico usando o método do ponto quadrante. Os métodos de Valor de Uso, Importância Relativa e Frequência Relativa de Citação avaliaram o uso e a versatilidade das espécies. Os dados não corroboraram a hipótese, indicando a influência de fatores como disponibilidade sazonal, adaptação cultural, diversidade de habitat, percepção humana e mudanças ambientais na seleção de plantas medicinais em ambientes de cerrado e caatinga. Uma compreensão abrangente requer estudos detalhados considerando não apenas a visibilidade das plantas, mas também os contextos culturais, sazonais e ambientais específicos que moldam as práticas medicinais, permitindo uma compreensão holística da relação entre comunidades humanas e flora medicinal em ambientes de floresta seca.