Introdução: Os hemangiomas são os tumores vasculares mais frequentes da infância. Em aproximadamente 10% dos casos ocorrem complicações que obrigam a intervenção. O propranolol foi recentemente adicionado aos fármacos utilizados para o seu tratamento e tem vindo a revolucionar a atitude terapêutica perante os mesmos. O objectivo deste estudo é avaliar a eficácia e segurança do propranolol no tratamento dos hemangiomas da infância.Material e Métodos: Efectuamos um estudo descritivo dos doentes tratados com propranolol entre Março de 2010 e Março de 2013. Foram incluídos doentes com hemangiomas em fase proliferativa que apresentassem crescimento rápido, ulceração ou risco de compromisso funcional e/ou estético. O tratamento foi realizado em ambulatório e a dose administrada foi de 2mg/kg por dia. A resposta ao tratamento foi categorizada em completa, parcial ou ausente.Resultados: Foram tratados 22 doentes, com um total de 32 hemangiomas. As principais indicações para o tratamento foram o risco de compromisso estético (n=18) e funcional (n=9). Observou-se estabilização do crescimento dos hemangiomas em todos os casos, a regressão foi completa em 20 casos e parcial em três, o que corresponde a um sucesso terapêutico de 87%. Quatro doentes ainda se encontram em tratamento e em um caso foi necessário a interrupção precoce do fármaco por bradicardia.Discussão e Conclusão: Na grande maioria dos casos o propranolol provocou uma regressão rápida e sustentada dos hemangiomas, diminuindo assim a duração natural das lesões, com poucos efeitos secundários. Consideramos o propranolol o fármaco de primeira linha no tratamento dos hemangiomas da infância.