Reflexao sobre a investigacao historica das questoes laborais na colonia de Angola, visando contribuir para uma agenda da historia do trabalho em Africa que de conta da riqueza de fontes existentes. Problematiza, tambem, o uso de categorias genericas (“escravo”, “trabalhador”) para diferentes espacos, epocas e contextos culturais. Partindo de uma breve panorâmica da transicao do trabalho escravo ao trabalho livre em Angola (do seculo dezanove aos anos 60 do seculo vinte) o artigo destaca, por um lado, a importância, violencia e persistencia do trabalho forcado e, por outro lado, o facto de a maior parte da forca de trabalho angolana, na producao e nos servicos, nao ter sido por ele abrangida. Reconhecendo que os estudos sobre o trabalho africano no periodo colonial enfatizam algumas categorias e realidades, omitindo ou apenas mencionando outras, apela a diversificacao de temas e abordagens, incluindo as que privilegiem as experiencias de camponeses (nomeadamente mulheres), pescadores, pequenos comerciantes, artesaos, trabalhadores migrantes etc., ainda a margem na historia do trabalho africano em Angola.