Desde o início deste século, nota-se uma crescente necessidade de suprimento energético e consequentemente o aumento das preocupações ambientais internacionais. Em resposta a essa demanda, a geração distribuída fotovoltaica surge como possibilidade de redução das emissões de gases de efeito estufa, além da redução do investimento em produção, transmissão ou distribuição. Outra forma de controle referente ao consumo energético é por meio do gerenciamento pelo lado da demanda que, no Brasil, surge como opção para o setor residencial com a tarifa Branca. Porém, a inserção destas estratégias, assim como a mudança para o novo regime tarifário, requer investimentos e planejamento, os quais devem ser cuidadosamente analisados. Nesse contexto, as simulações computacionais possibilitam visualizar possíveis cenários, facilitar análises e fomentar planejamentos futuros. Este trabalho avalia os efeitos da geração distribuída fotovoltaica e do novo regime tarifário para consumidores residenciais que aderirem à tarifa Branca. Unidades habitacionais localizadas em Bento Gonçalves, São Paulo e Belém, com ou sem geração fotovoltaica, foram estudadas. Mostra-se que apenas a adesão à tarifa Branca gera 12,7%, 17,1%, 23,4% de aumento de gastos nas respectivas localidades, o que ressalta a necessidade da mudança nos hábitos atualmente típicos do consumidor e da redução no uso de energia nos horários de pico. Em contrapartida, os casos com geração fotovoltaica foram majoritariamente mais econômicos com a tarifa Convencional. No entanto, houve casos com resultado contrário em Bento Gonçalves, onde a diferença não foi relevante ou a melhor opção foi a tarifa Branca, visto que o pico de consumo gerado pelo chuveiro elétrico foi eliminado com a inserção do sistema solar de aquecimento de água que acompanhou o sistema fotovoltaico. Este, por sua vez, levou o consumo das habitações à tarifa mínima, principalmente em São Paulo, onde os custos foram praticamente os mesmos, não importando o regime tarifário escolhido.
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