O reconhecimento de que a migração é, em muitos casos, uma ação realizada em conjunto é consolidado, já sua análise não é tão presente na literatura, muito por conta da falta de dados. O objetivo deste artigo é a criação de uma proxy da condição do migrante no momento do deslocamento para trazer esclarecimentos sobre quão conjunto ou individual a migração pode ser. Foram utilizados os dados dos Censos de 1991, 2000 e 2010 e o fluxo analisado foi Nordeste-São Paulo. Verificou-se que a maior parte dos imigrantes recentes se encontravam em domicílios em que também residiam imigrantes antigos, em 1991 e em 2000, porém, em 2010, foram os domicílios inteiramente compostos por imigrantes recentes a maioria. Tais resultados, aliados a informação sobre a relação dos imigrantes recentes com o responsável pelo domicílio, demonstram que a migração conjunta envolve, em sua maioria, relações familiares e é predominante como forma de deslocamento.
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