RESUMO Limitando-se à ordenação moral do comércio defendida por Aquino, afirma-se que, como efeito inverso de estancar a interpretação, a Suma teológica tanto motivou a alimentação do imaginário cristão em narrativas como A divina comédia, de Dante Alighieri, de modo a ampliar a reflexão sobre as categorias dos pecadores pelo dinheiro, como também forneceu subsídios para a construção de antimodelos em parte das narrativas emolduradas da obra Contos da Cantuária, de Geoffrey Chaucer, recheada de tipos avarentos, simoníacos e fraudadores. Este artigo objetiva apresentar as instruções de Aquino a respeito dos usos do dinheiro, cotejando, em alguns momentos, com textos literários. Para isso, passagens bíblicas, comentadores da Bíblia de tradição católica e textos de economistas são trazidos à medida que o texto da Suma teológica é analisado. Teóricos do pensamento cristão, como Agostinho e Boécio, e do pensamento econômico, como Molina e Robbins, são utilizados.
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