Este artigo tem como eixo central de análise o conceito de interface no contexto urbano, isto é, as superfícies de contato existentes na cidade, que se dão a partir de diferentes perspectivas, relacionadas à arquitetura, à arte e à tecnologia. Frente a um mundo cada vez mais codificado e reduzível a dados informacionais, com espaços urbanos em constante mutação e movimento, distâncias comprimidas mediadas por dispositivos eletrônicos, questiona-se como transformar uma vivência urbana tradicional e física em uma vivência mais ampla e virtual, ao mesmo tempo em que seja garantida uma ação participativa e não somente interativa. São analisados três estudos de caso de estruturas urbanas que passaram por processos de reinterpretação, a saber: a renovação urbana empreendida no High Line Park, em Nova Iorque; a ideia de um parque no Minhocão, em São Paulo; e a transformação urbana promovida pela retirada do viaduto Perimetral no centro do Rio de Janeiro. Tais exemplos dão base à discussão sobre diversas formas de interação com a cidade, sob aspectos de vigilância e controle, cidade como espetáculo, fruição do espaço público, prazer e entretenimento, interação vs. participação, valor de uso vs. valor de troca.
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