O primeiro passo para reduzir a incidência de lesões em atletas é avaliar as características dos acometimentos, fornecendo subsídios para a estruturação e aplicação de programas de prevenção. Este estudo teve por objetivo investigar a incidência de lesões em atletas iatismo de diferentes níveis técnicos. A amostra foi composta por 172 velejadores, divididos em três grupos: 89 velejadores iniciantes, participantes da Seletiva do Campeonato Mundial da Classe Optimist (grupo 1); 29 velejadores juvenis participantes, da Copa da Juventude de Vela (grupo 2); e 54 velejadores da elite nacional, participantes da Semana Pré-Olímpica de Vela (grupo 3). Utilizou-se como instrumento de coleta de dados um questionário do tipo misto e os dados foram analisados através da estatística descritiva. Cinco atletas do grupo 1 (5,6%), cinco atletas do grupo 2 (17,2%) e 15 atletas do grupo 3 (27,8%) relataram algum tipo de lesão relacionada com a modalidade. Observou-se maior incidência de lesões na coluna e no joelho e o diagnóstico mais citado foi a lesão muscular, seguida dos cortes, entorses e tendinites. A incidência de lesões no iatismo é baixa se comparada com a de outras modalidades esportivas, apesar da alta demanda física exigida durante as ações sobre o barco. Verificou-se que os atletas profissionais, que possuem maior média de idade e de tempo de prática, foram os mais acometidos por lesões. Em contrapartida, a incidência é menor entre os grupos de crianças e adolescentes. É importante, portanto, que programas de prevenção sejam iniciados desde os primeiros anos de prática, no intuito de reduzir o risco de acometimentos futuros, principalmente de natureza crônica. Com base nas informações acerca do tipo de lesão, sugere-se a inclusão de exercícios de condicionamento específico da musculatura e de compensação nos programas de treinamento, além de sessões de alongamento e relaxamento.