Existem diversos métodos para a análise econômico-financeira das empresas. Dentre eles, por diversas razões, o mais utilizado é o da análise pelo emprego de índices (MATARAZZO, 1998). Contudo, uma pesquisa na bibliografia brasileira especializada possibilitou identificar mais de duas centenas de índices diferentes. A sua seleção, mediante o critério de emprego pelo maior número de autores, reduziu-os para vinte e seis índices. Em face das características operacionais específicas das empresas florestais - seu longo ciclo operacional - pressupôs-se que o emprego daqueles índices, de uso generalizado na análise econômico-financeira de empresas quaisquer - de ciclo operacional relativamente curto - não fosse adequado para a análise das empresas florestais. Atualmente, não existe nenhuma referência sobre índices específicos para análise econômico-financeira de empresas florestais. Pressupôs-se que esta diferença entre os ciclos operacionais resultaria em desempenhos econômico-financeiros, bem como em condições patrimoniais, totalmente diversos. Também não existe nenhuma referência sobre este pressuposto. Dentre outros, um dos algoritmos de grande utilidade para a pesquisa é fornecido pela análise fatorial, segundo JOHNSON & WICHERN (1998). Conforme os mesmos autores, essa técnica extrai as informações sobre a estrutura de covariância, resumidas na matriz de correlação, e possibilita classificar as variáveis originais segundo a sua participação na variância total dos dados. Isso posto, esta pesquisa teve como objetivo principal investigar, com o uso da análise fatorial, em que medida os índices usualmente empregados para a análise econômico-financeira de empresas quaisquer podem ser empregados na análise das empresas florestais. Os vinte e seis índices selecionados foram aplicados sobre os balanços de duzentas e trinta e sete empresas, constituídas sob a modalidade jurídica de sociedades anônimas de capital aberto, dentre as quais três empresas madeireiras e oito empresas produtoras de papel e celulose. Obteve-se, assim, uma matriz de dados de duzentas e trinta e sete linhas por vinte e seis colunas, sobre a qual aplicaram-se as técnicas estatísticas multivariadas, em particular a análise fatorial. A classificação das empresas, a partir dos escores fatoriais, possibilitou verificar quais índices são adequados à análise de quais tipos de empresas. O resultado mostrou que alguns destes vinte e seis índices não são adequados à análise daquelas onze empresas ligadas à área florestal.
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