Nos últimos anos, a piscicultura brasileira em tanques-rede, em águas públicas abertas, tem sido alavancada por incentivos governamentais e privados, e a tilápia do nilo (Oreochromis niloticus) tem sido o principal pescado utilizado. Como forma de melhorar a eficiência de produção, empiricamente, os piscicultores realizam o manejo de classificação e a repicagem das tilápias em engorda, resultando em lotes com diferentes rendimentos e precocidades, num gradiente dos melhores aos piores rendimentos. Este trabalho objetivou avaliar o desempenho de engorda de tilápias em um rotineiro sistema de produção em tanques-rede, sendo utilizado o usual modelo empírico de classificação e repicagem em três etapas distintas e tendo por fundamento a separação dos lotes de peixes em classes de tamanho e peso, ao longo do processo de engorda. Os resultados mostraram situações bem distintas. Num extremo, lotes de peixes precoces sendo comercializados após o processo de classificação e repicagem, aos 152 dias de engorda, apresentando taxas crescentes de ganho de peso diário (entre 0,30 e 7,23g dia-1) e de conversão alimentar aparente satisfatória (entre 1,50 e 1,53). No outro extremo, lotes heterogêneos sendo comercializados com 213 dias, taxas de ganho de peso inconstantes (entre 0,94 e 8,24) e elevadas taxas de conversão alimentar aparente (entre 1,54 e 3,03). A partir dos resultados, pode-se destacar a relevância dessa prática empírica de manejo zootécnico em piscicultura, que mostra grandes discrepâncias de rendimentos e precocidades entre os lotes, considerando o tempo de cultivo, o ganho de peso e a conversão alimentar aparente. Além disso, recomenda-se, para os lotes heterogêneos destinos, alternativas como a utilização de piscicultura extensiva (sem arraçoamento) para a mitigação dos impactos ambientais negativos inerentes dessa atividade zootécnica.
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