Incontáveis mortes desnecessárias ocorreram devido aos incessantes e sangrentos conflitos entre pastores Fulani e fazendeiros locais nigerianos. A situação da segurança no país já é ruim o suficiente sem esta ameaça, que envolve a simples, inocente e trabalhadora população de base. No entanto, as autoridades parecem não ter pistas sobre o ângulo apropriado, a partir do qual abordar a questão. As principais discussões acadêmicas sobre o assunto também não deram atenção ao embate em relação às leis de pastoreio e uso de terra. Esta pesquisa, portanto, investiga as mortes perpetradas por pastores Fulani sob a luz de fatores multidimensionais, que estão, também, sujeitos a um cenário político em constante alteração. A pesquisa é qualitativa e utiliza fontes de dados secundárias e de arquivo. As discussões são baseadas na Teoria da Modernização e na Teoria da Escassez de Recursos, o que permite abordar os conflitos de perspectivas variadas. O estudo identifica as políticas contraditórias para o uso pacífico e apropriado de terras e o problemático esquema de apaziguamento nos diversos níveis do governo nigeriano como um dos gatilhos para os confrontos. Além disso, o fraco pacote de segurança social ofertado à população pode ser conectado às Lutas sangrentas e incessantes Visto que não são realizados planos de desenvolvimento estrutural apropriados, que criem reservas de pastagem para os mercantes nômades, estes decidiram expandir seus negócios à força, uma opção que rapidamente atende às suas necessidades em um país deficitário em segurança. Novamente, a porosidade das fronteiras da nação é, também, um fator crucial considerado nesta pesquisa, já que abundam evidências para provar que a maior parte dos perpetradores destes assassinatos sem sentido tem seus esconderijos em nações fronteiriças, de onde armas são transportadas para dentro do país, a fim de executar suas atividades. Por último, o estudo discute a tomada de terras rurais como a finalidade dos massacres realizados pelos pastores Fulani. Após destruir as vilas, os criminosos confiantemente ocupam a terra, algumas vezes com ajuda militar, enquanto os donos originais fogem em busca de segurança. Este desafio securitário contribui para o atraso econômico, social e político, visto que leva à perda de vidas e propriedades, dificulta e provavelmente impede investimentos locais e estrangeiros, destrói terras férteis e aráveis, além de reduzir o fornecimento de alimentos, em última instância reduzindo a produtividade como um todo. Se o governo não responder à altura, por meio de medidas de segurança drásticas, ocorrências futuras permanecerão prováveis.