As moscas frugívoras vêm assumindo grande importância econômica em cafezais por provocarem queda prematura de frutos e redução significativa da qualidade da bebida. O café é um repositório natural de espécies de Tephritidae que infestam frutas de importância econômica. Este estudo avaliou a influência dos sistemas de café sombreado e a pleno sol, sob manejo orgânico, na infestação natural de frutos de Coffea arabica L. Icatu Amarelo por moscas frugívoras. Um experimento inteiramente casualizado foi instalado em Valença, RJ, com dois tratamentos (café sombreado com Musa sp. e Erithrina verna Vell. e solteiro a pleno sol) e quatro repetições. Uma amostra de 1 kg de frutos maduros por parcela foi colhida em março de 2004 para avaliar a infestação e identificar as espécies infestantes. O índice médio de infestação dos frutos foi significativamente maior no sistema sombreado. Quatro espécies de Tephritidae (Ceratitis capitata (Wiedemann), Anastrepha fraterculus (Wiedemann), Anastrepha obliqua (Macquart) e Anastrepha sororcula Zucchi) e seis de Lonchaeidae (Neosilba pendula (Bezzi), Neosilba pseudopendula (Korytkowski and Ojeda), Neosilba certa (Walker), Neosilba glaberrima (Wiedemann), Neosilba n.sp.9 e Neosilba n.sp.10) foram obtidas dos frutos de café. Nove espécies de parasitóides foram identificadas, das quais seis pertencem a Braconidae (Asobara anastrephae (Muesebeck), Doryctobracon areolatus (Szépligeti), Doryctobracon brasiliensis (Szépligeti), Utetes anastrephae (Viereck), Opius bellus Gahan e Opius sp.) e três a Figitidae (Aganaspis pelleranoi (Brèthes), Dicerataspis flavipes (Kieffer) e Odontosema anastrephae Borgmeier). A percentagem de parasitismo total foi de 8,8% e 12,4% em café sombreado e a pleno sol, respectivamente.
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