Abstract

O objetivo deste trabalho foi efetuar a caracterização mineralógica dos óxidos de ferro de horizontes B de três perfis de solos desenvolvidos sobre gnaisse do geodomínio do Complexo Bação, no Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais. As amostras foram coletadas ao longo dos segmentos de alta, média e baixa vertente. As frações de terra fina (diâmetro médio, fi = 2 mm) foram separadas, em todas as amostras. A composição química dos elementos maiores foi determinada por meio da técnica de fluorescência de raios X; a análise mineralógica foi realizada com difratometria de raios X e espectroscopia Mössbauer. Todas as amostras têm composição mineralógica similar, cuja ocorrência geral corresponde à seqüência quartzo >> gibbsita > caulinita > goethita. Os resultados Mössbauer a 4,2 K confirmam a coexistência de goethita (majoritária) e hematita. Os conteúdos de alumínio isomórfico foram deduzidos dos valores de campos hiperfinos e correspondem às seguintes fórmulas químicas das goethitas: alfaFe0,79Al0,21OOH (alta vertente), alfaFe0,75Al0,25OOH (meia vertente) e alfaFe0,78Al0,22OOH (baixa vertente). A dinâmica de transformação dos óxidos de ferro nos horizontes B ao longo da vertente é um indicador das oscilações paleoclimáticas na área: goethita mais aluminosa é um indicador do paleoambiente úmido, e goethita menos aluminosa revela condições pedogênicas mais secas.

Highlights

  • The objective of this work was to characterize iron oxides from B-horizons of three soil profiles developing on gneiss of the Bação Complex geodomain in the Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais, Brazil

  • Muitos estudos de horizontes B ferruginosos têm apresentado resultados que estabelecem estreita relação entre a mineralogia dos óxidos de ferro, processos de microagregação de partículas (Arduino et al, 1989; Goldberg, 1989; Colombo & Torrent, 1991; Pinheiro-Dick & Schwertmann, 1996; Alekseeva et al, 1999) e susceptibilidade erosiva (Galvão & Schulze, 1996; Rhoton et al, 1998; Figueiredo et al, 1999), além de servir de traçador na reconstituição da paleodinâmica ambiental (Arduino et al, 1984; Arduino et al, 1986)

  • Os espectros Mössbauer a 298 K das amostras in natura mostram essencialmente intenso dupleto central (Figura 3), característico de Fe3+ paramagnético de alto spin, como em estrutura de silicatos, ou superparamagnético, em óxidos de ferro magneticamente ordenados, que se comporta como paramagnético, em virtude dos pequenos tamanhos de partículas

Read more

Summary

Material e Métodos

A área de estudo localiza-se entre os paralelos 20o20'0" e 20o23'16"S e os meridianos 43o38'32" e 43o42'16"W, cobrindo aproximadamente 38 km. Procedeu-se à amostragem de material pedológico, para análises laboratoriais, de três horizontes B – Bi no segmento de alta vertente e Bw nos segmentos de meia e baixa vertente – de solos gnáissicos da referida área. As amostras foram coletadas em trincheiras com 1,9 m de profundidade média, nos segmentos a alta (VH2B), meia (VH3B) e baixa vertente (VH4B). O material obtido depois do peneiramento em malha de 2 mm foi tratado com NaOH 5 mol L-1 (Norrish & Taylor, 1961; Kämpf & Schwertmann, 1982) para eliminação seletiva de silicatos e gibbsita, pela adição de 100 mL de solução NaOH 5 mol L-1, em aproximadamente 1 g de amostra, em béquer de teflon. Valores de deslocamento isomérico são expressos em relação ao αFe

Resultados e Discussão
Transmissão relativa
Full Text
Published version (Free)

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call