Abstract

Resumo A escrita acadêmica exige a capacidade de captar as ideias principais das fontes através de uma linguagem própria. Um dos problemas que tem sido identificado em estudantes universitários, sobretudo nos principiantes, diz respeito à forma deficiente como escrevem, traduzida em textos colados aos originais, facilmente considerados como tendo sido plagiados. O objetivo principal do presente estudo foi o de identificar as estratégias usadas pelos estudantes universitários ao redigir textos. Foi solicitado a 44 estudantes que escrevessem uma síntese com as ideias principais de um artigo que haviam lido previamente. As composições foram classificadas por duas professoras de português, de acordo com as estratégias usadas: cópia sem citação; cópia com citação; mosaico; paráfrase; sumário. Essa avaliação confirmou que os estudantes recorrem com muita frequência à cópia e ao mosaico, acompanhando de perto a linguagem do original, aproximando-se daquilo que poderia ser classificado como plágio. Foi, ainda, detectado que, muito frequentemente, os estudantes alteram o significado da fonte. O cálculo de correlações e a análise de clusters indicam que uma grande parte dos estudantes tende a adotar uma de duas estratégias: ou copiam, respeitando a fonte, ou escrevem de modo autônomo, mas alterando as ideias do conteúdo que leram. Os resultados encontrados permitem concluir que existem muitas dificuldades na escrita, o que chama a atenção para a necessidade de uma pedagogia que vise o desenvolvimento nos estudantes da sua identidade como autores, realçando que essa será uma alternativa desejável às medidas punitivas de combate ao plágio que atualmente têm se imposto no meio universitário.

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