Abstract

Em Sobre o conceito de história, Walter Benjamin procura entender como foi possível a ascensão do fascismo durante toda a década de 1930 na Europa. Disputando com a socialdemocracia e o stalinismo o uso do “método” marxista de conhecimento do presente, o materialismo histórico, Benjamin procura uma filosofia da história que seja capaz de entendê-la para além da ideia burguesa de progresso, que teria sido responsável pela incompreensão sobre o fascismo. Nosso artigo procura esclarecer essa concepção estabelecendo uma relação entre ela e as ideias de narração, experiência, memória e modernidade, presentes no ensaio O Narrador, de 1936, além de alguns pontos da teoria do conhecimento de Benjamin. O objetivo é compreender o fascismo não como mero oposto do progresso, mas fruto dele mesmo, parte da época denominada modernidade, em que o individualismo impossibilita experiências em comum e uma memória partilhada.

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