Abstract

Este artigo pretende retomar a relação proposta por Davi Arrigucci Júnior entre o flâneur baudelairiano de “O pintor da vida moderna” e o personagem Roberto-Michel, do conto “Las babas del diablo”, de Julio Cortázar, à luz da análise do flâneur desenvolvida por Walter Benjamin no ensaio “Paris do segundo império”. Baudelaire retira a figura do flâneur do conto “O homem na multidão”, de Edgar Allan Poe, e a descreve em associação às ideias da convalescença e da infância, que exprimem a curiosidade do flâneur em meio à multidão. Na análise de Benjamin, por outro lado, a multidão ganha um caráter negativo, como esconderijo do flâneur, visto que este não se sente seguro no meio social. Ao retomar a análise de Benjamin, este artigo tem como objetivo propor uma possível contribuição à interpretação feita por Arrigucci Jr. do personagem de Cortázar.

Highlights

  • Wa lterBe ulio Cortá njamin e o flâneur baudelair iano e m J njamin e z o flâneur baudelair iano e m J njamin e za o flâneur baudelair iano e m J njamin e zar o flâneur baudelair iano e m J

  • Assim como nem tudo no caminhar do flâneur é um maravilhamento do olhar, visto que as primeiras e únicas pessoas que o fotógrafo encontra em sua deriva são flagradas na iminência de um crime, a busca por compreender o acontecido não é exatamente pacífica para Roberto-Michel

  • Tal qual o homem da multidão, que não se sente seguro em sua própria sociedade, no conto de Cortázar o personagem não está seguro no plano do enunciado, como personagem-fotógrafo, e tampouco no plano da enunciação, onde se desdobra em narrador, ou narradores, e tenta dividir com o leitor o desafio que se lhe apresenta, a saber, o de compreender narrando, o de narrar ao mesmo tempo que participa do acontecido, a partir de uma posição fantasticamente ambígua entre a vida e a morte

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Summary

Universidade de São Paulo

RESUMO: Este artigo pretende retomar a relação proposta por Davi Arrigucci Júnior entre o flâneur baudelairiano de “O pintor da vida moderna” e o personagem Roberto-Michel, do conto “Las babas del diablo”, de Julio Cortázar, à luz da análise do flâneur desenvolvida por Walter Benjamin no ensaio “Paris do segundo império”. Baudelaire retira a figura do flâneur do conto “O homem na multidão”, de Edgar Allan Poe, e a descreve em associação às ideias da convalescença e da infância, que exprimem a curiosidade do flâneur em meio à multidão. Na análise de Benjamin, por outro lado, a multidão ganha um caráter negativo, como esconderijo do flâneur, visto que este não se sente seguro no meio social. Ao retomar a análise de Benjamin, este artigo tem como objetivo propor uma possível contribuição à interpretação feita por Arrigucci Jr. do personagem de Cortázar. PALAVRAS-CHAVE: Walter Benjamin; Julio Cortázar; flâneur; Baudelaire; Davi Arrigucci Júnior

OS ENSAIOS
AS FIGURAS DE ALTERIDADE DO POETA
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