Abstract
No Brasil, diversos municípios estão construindo estações de tratamento de esgoto (ETEs), e futuramente serão produzidas anualmente milhares de toneladas de lodo para as quais deverá ser dada destinação adequada. O lodo de esgoto tratado (biossólido) é o resíduo resultante do tratamento do esgoto urbano, e sua disposição final precisa ser bem planejada devido às implicações sanitárias, ambientais, econômicas e sociais. Apresenta elevado teor de matéria orgânica e de nutrientes e poderia ser utilizado como fertilizante em plantios florestais. Esta pesquisa foi realizada na Estação de Ciências Florestais de Itatinga (Universidade de São Paulo), com o objetivo de avaliar o efeito da adição de três doses (10, 20 e 30 t ha-1) dos lodos de esgoto úmido (torta) e seco (granulado), complementados com K e B e aplicados ao solo nas linhas de plantio em parcelas experimentais de Eucalyptus grandis. Dezoito meses após a implantação das mudas no campo, o volume dos troncos demonstrou aumento significativo (ao redor de 130%) no tocante ao crescimento dos eucaliptos tratados com os biossólidos úmido e seco em relação à testemunha sem aplicação de fertilizante, bem como teve resultado semelhante ao do tratamento com adubo mineral. Entretanto, não houve diferença significativa entre os tratamentos com a aplicação dos biossólidos úmido e seco. Com relação à nutrição mineral, foi observado aumento da concentração dos elementos P, Ca e Zn nas folhas com as maiores doses dos biossólidos, e verificou-se efeito inverso de Mn. As concentrações foliares de todos os nutrientes nos eucaliptos tratados com os biossólidos mantiveram-se dentro dos limites observados usualmente nas plantações comerciais, não havendo sinais de desequilíbrio nutricional.
Highlights
Observed between doses of biosolids and P, Ca, and Zn concentrations in the leaves, but a negative effect for Mn and biosolid dose
The foliar concentration of all the nutrients in the biosolid-treated eucalypt trees remained within the limits observed in commercial plantations, with no signs of nutritional imbalance
Para aprimorar o tratamento do lodo de esgoto e viabilizar sua disposição em aterros sanitários, bem como na agricultura, a SABESP, a partir de 2002, deu início ao procedimento do uso de polímeros para condicionamento do lodo, seguido de secagem térmica, produzindo biossólido seco
Summary
O lodo é o resíduo do tratamento do esgoto levado às Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) através da rede coletora urbana. O lodo produzido no tratamento de esgoto pode ter diferentes alternativas de disposição, como aterro sanitário, incineração e sua aplicação em sistemas agroflorestais. Rocha (2002) observou que a fertilidade do solo em plantio de Eucalyptus grandis elevou-se gradualmente depois da aplicação do lodo de esgoto e que as árvores responderam positivamente com maiores ganhos de produtividade em relação à adubação convencional. Não existindo pesquisas a respeito da utilização de lodo de esgoto seco termicamente em plantações florestais, foi objetivo deste ensaio avaliar comparativamente a influência da aplicação nas linhas de plantio de doses crescentes dos lodos úmido (torta) e seco (granulado) sobre o crescimento das árvores de Eucalyptus grandis, bem como o seu reflexo na variação dos teores de macro e micronutrientes nas folhas, aos 18 meses de idade
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