Abstract

Este artigo tem por objetivo entender como se constituem as identidades das mulheres migrantes haitianas no espaço urbano de Santiago do Chile. Para tanto, leva em consideração que a identidade é um processo e construção geográfica, construindo-se em relação com o gênero, a raça e a classe social. Dessa forma, articulamos as contribuições de Davis (2004), bem como a construção de negritude e os processos de escravidão (FANON, 2009), verificando como se justapõem numa inter-relação dentro da comunidade haitiana, e também com a comunidade chilena. Com isso, tenta-se vincular a vivência teórica com a vivência tangível, por meio de entrevistas realizadas com cinco mulheres haitianas que migraram para o Chile entre o ano 2017 e 2018. A metodologia desta investigação foi elaborada com Snow Ball, a síntese das entrevistas deu-se pelo método de análise de conteúdo de Bardin (1977). A composição das vivencias como estrangeiras, migrantes, haitianas, negras e mulheres é fundamental, pois abre portas ao entendimento intercultural e interseccional, quanto ao simbolismo de discriminação presente em nosso país. É, portanto, uma forma de compreender como estes símbolos estão traduzidos em vivências tangíveis nas corporeidades femininas negras migrantes, em relação com a estrutura de poder hegemônica chilena.

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