Abstract

O aumento da criminalidade no Brasil vem se destacando gradativamente nos veículos de comunicação e sendo debatido pelos órgãos governamentais e secretarias de Segurança Pública. Essa expansão da criminalidade, além dos contextos urbanos, também passa a ser observada no campo. Neste sentido, o presente artigo tem por objetivo analisar as representações sociais da mídia sobre o deslocamento da criminalidade para os espaços rurais. Metodologicamente, optou-se por analisar matérias veiculadas nos principais telejornais brasileiros no período de janeiro de 2017 a março de 2018. Os resultados da pesquisa indicam que o imaginário que se tinha sobre o campo se modifica e hoje esse espaço passa a ser ressignificado pela insegurança e pelo medo. Assim, a criminalidade e violência vêm expandindo suas fronteiras e chegando ao campo, onde passa a ser incorporada nas estatísticas de segurança pública nacional.

Highlights

  • O índice de criminalidade no Brasil tem se elevado gradativamente nos últimos anos, impondo-se na agenda política das ações governamentais e como pauta cotidiana dos veículos de comunicação

  • Conforme destacado pelo Observatório da Criminalidade no Campo, entre os itens de maior incidência de furto estão os animais, contabilizando 53%, seguido pelos equipamentos agrícolas (29%) e dos bens particulares com um total de 18% na escala nacional

  • Em um panorama nacional da criminalidade no campo, os Estados que concentraram maiores índices de ocorrências foram Minas Gerais (29%), seguido pela Bahia (17%), sendo que o somatório de ocorrências nessas duas Unidades da Federação contabilizou quase a metade dos casos brasileiros (CNA, 2017).Tal característica pode ser justificada por serem estas, as Unidades da Federação com maior número de propriedades rurais

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Summary

Representações sociais e mídias

O conceito de “representações coletivas” foi criado e difundido a partir da sociologia durkheimiana e passou a adquirir maior importância nos últimos anos, principalmente no campo das ciências humanas, quando foi reelaborado por Serge Moscovici em 1961. Representações Sociais são “maneiras de interpretar e pensar a realidade cotidiana, uma forma de conhecimento da atividade mental desenvolvida pelos indivíduos e por grupos para fixar posições em relação a situações, eventos, objetos e comunicações que lhe concernem” A teoria das representações sociais se torna apropriada para analisar os deslocamentos da criminalidade entre espaços urbanos e rurais e, ao mesmo tempo, as modificações simbólicas que são processadas e postas em circulação pela mídia em face de uma nova realidade. As imagens e os discursos divulgados pela mídia constituem uma parte da construção social da realidade e, por suas características comunicacionais específicas, as mídias constroem e veiculam eventos sociais extraordinários e provocam uma reorientação nas formas de pensar sobre as situações que estão em foco e que indicam transformações na sociedade (PESAVENTO, 1995; SILVA; DOULA,2014). Dessa forma, a utilização da teoria das representações sociais nesse artigo pretende colaborar com o entendimento sobre a criminalidade no campo através de uma perspectiva de análise que deriva das mensagens e propagações informativas veiculadas pela mídia para seu público alvo, principalmente os atores sociais ligados ao campo

Resultados e discussões
Condição análoga de escravo
Não divulgado
Findings
Considerações finais
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