Abstract

Além dos tão corriqueiros insultos, calúnias e difamações, comuns no período eleitoral, temos acompanhado o aumento de casos de violência explícita, pelo/do discurso, que tendem a fomentar ações e reações reais de violência física pela população. Pode-se dizer que um dos motivos para esse crescimento é o poder persuasivo do discurso e a falta de comprometimento ético por parte dos sujeitos em geral, mas em especial dos agentes políticos, em ajustar seus discursos pelo parâmetro ético da democracia. Nesse sentido, este artigo pretende problematizar os limites éticos do discurso público, lançando luzes sobre a importância de analisar não só o ato discursivo em si, isolado, mas também o agente do ato (PERELMAN; OLBRECHTS-TYTECA, 2005), em busca de uma mais bem adequada atividade hermenêutica. Para tanto, analiso o enunciado “vamos fuzilar a petralhada…” por meio da noção de virtude discursiva, proposta por Marie-Anne Paveau (2015) e, ao final, aponto para a necessidade de compreensão da responsabilidade (BAKHTIN, 1993) de cada agente como condição para o exercício ético e democrático da palavra pública no Brasil.

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