Abstract

Diante de um cenário social catastrófico, apresentamos alguns resultados de nossas pesquisas sobre o ciclo vital dos objetos ou organismos, tanto no mundo analógico como nas plataformas digitais. De um ponto de vista ecológico, o ensaio se baseia em três enunciados formulados a partir do cruzamento do pensamento de Bergson, Ingold, Deleuze e Guattari e de Kopenawa: a) a vida é transformação permanente, portanto, criação; b) a vida é movimento e pressupõe as condições de penetração do passado no presente; e, c) a vida se dá pelos encontros de corpos no mundo. Buscamos uma convergência possível entre os conceitos de duração, fluxo, malha e rizoma, atentos sempre às singularidades, devires, acontecimentos, espaços-tempos e, principalmente, com o olhar voltado às linhas de fuga que, para esse ensaio, denominamos xamânicas, ao lado das ideias de movimento, vida e memória.

Highlights

  • Apresentamos alguns resultados parciais de nossas pesquisas que discutem a vida e o ciclo vital dos objetos, estes compreendidos como organismos que incluem todos os seres no mundo analógico e em plataformas digitais

  • É possível observar também que aquele paradoxo decorre de um outro, este assim chamado pelo próprio Lévi-Strauss, que seria o da constatação de um pensamento que poderia ser dito científico entre os povos então considerados primitivos: Longe de serem, como muitas vezes se pretendeu, obra de uma “função fabuladora” que volta as costas para a realidade, os mitos e os ritos oferecem como valor principal a ser preservado até hoje, de forma residual, modos de observação e de reflexão que foram (e sem dúvida permanecem) exatamente adaptados a descobertas de tipo determinado: as que a natureza autorizava, a partir da organização e da exploração especulativa do mundo sensível [...] Essa ciência do concreto [...] não foi menos científica, e seus resultados não foram menos reais

  • Assim, o método intuitivo bergsoniano, que vemos como inspiração tanto do rizoma de Deleuze e Guattari como da malha de Ingold, para reanimar um pensamento já imobilizado sob determinada assinatura ou conceito, passa a ser um exercício de vigor e, por que não, de criação de novas perspectivas

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Summary

Construindo o contexto teórico

No ensaio - A cultura no chão: o mundo percebido através dos pés - o antropólogo britânico Tim Ingold (2015), revisita os estudos da evolução e reflete sobre a ascensão da cabeça sobre os calcanhares. É possível observar também que aquele paradoxo decorre de um outro, este assim chamado pelo próprio Lévi-Strauss, que seria o da constatação de um pensamento que poderia ser dito científico entre os povos então considerados primitivos: Longe de serem, como muitas vezes se pretendeu, obra de uma “função fabuladora” que volta as costas para a realidade, os mitos e os ritos oferecem como valor principal a ser preservado até hoje, de forma residual, modos de observação e de reflexão que foram (e sem dúvida permanecem) exatamente adaptados a descobertas de tipo determinado: as que a natureza autorizava, a partir da organização e da exploração especulativa do mundo sensível [...] Essa ciência do concreto [...] não foi menos científica, e seus resultados não foram menos reais. A terceira via trará a descrição da experiência xamânica de Kopenawa e discutirá a sua afinidade com os conceitos de duração, malha, e de rizoma

Duração e malha: a vida como movimento contínuo
Malha e Rizoma: a conexão entre os seres
A duração na floresta: as árvores de mil bocas e os cantos dos xapiri
Considerações: uma experiência sobre o fluxo da vida
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